Barbosa chega ao camarote do Renascença, no Andaraí, Rio de Janeiro (Foto: Correio do Brasil) |
Não foi à toa que, às vésperas de 2014, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) disparou um petardo contra as evidentes pretensões do presidente da Suprema Corte de Justiça do país, Joaquim Barbosa, concorrer à Presidência da República no ano que vem. Apesar da dor nas costas, Barbosa foi ao samba no Andaraí, sob o forte calor que, nesta segunda-feira, atingiu marcas históricas na Cidade do Rio de Janeiro. Para FHC, falta “traquejo político” ao magistrado, que chega à raia das eleições com fama de xerife contra a corrupção, conceituando-se à direita como adversário da presidenta Dilma Rousseff, mas considerado à esquerda como apenas um homem mau, capaz de mandar o ex-deputado José Genoino, um homem digno e doente, à cela do Presídio da Papuda, em Brasília.
Camisa polo e tênis, Barbosa atendeu às tietes, fez fotos, distribuiu sorrisos, comeu aipim com carne seca, bebeu cerveja, foi simpático com os jornalistas e arriscou cantarolar “Quem te viu, quem te vê“, de Chico Buarque de Hollanda, que não estava lá para assistir a isso. Não faltaram as palmas de costume, mas os apupos estavam presentes, para o desconforto do relator de um processo que a jornalista Hildegard Angel chama de ‘mentirão’, como ficou conhecida a história contada por Roberto Jefferson, ex-deputado e condenado por corrupção passiva na Ação Penal 470, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o ex-ministro José Dirceu usava dinheiro público para comprar votos de parlamentares. Embora o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirme ter provas suficientes para derrubar “a farsa do ‘mensalão“, a mídia conservadora tratou de criar, em Barbosa, o mito do homem simples, que vem de uma família pobre e se torna o algoz do “maior esquema de corrupção já visto no Brasil”.
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