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BRASIL-EUA: O ROMANCE QUE MORREU ANTES DE NASCER
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(Foto: Carta Maior) |
Dilma não parecia totalmente convencida com a forte
aproximação com os Estados Unidos tecida desde 2011 por seu chanceler
Antonio Patriota.
Quem repasse a linha editorial da CNN, The Economist ou The Financial Times advertirá como mudou o tratamento dado a Rousseff.
Deixou
de ser aquela estadista de 2011 para tornar-se uma presidenta
"intervencionista e contrária ao livre jogo das forças do mercado", um
modelo inconveniente para os demais países latino-americanos, aos que se
recomenda, desde essas usinas de opinião global, descartar o exemplo do
Brasil e seguir o proposto pelo México do presidente Enrique Peña
Nieto.
Por DarioPignotti, no portal Carta Maior, de 04/01/2014
Foi o ano diplomático menos imaginado. No dia 31 de maio de 2013, quando
o vice-presidente norte-americano Joe Biden desembarcou em Brasília
para definir a letra pequena dos acordos que seriam firmados durante a
cúpula entre Dima Rousseff e Barack Obama, ninguém, possivelmente nem a
presidenta, imaginava qual seria o desenlace dessa aproximação com
Washington, sem precedentes em 11 anos de governos do Partido dos
Trabalhadores.
"Não há obstáculo que não possa ser superado por
nossos países… estamos ansiosos por recebê-la (Dilma) em outubro em
Washington" assegurava Joe Biden ao deixar o Palácio do Planalto com seu
sorriso invicto.
Não é usual que Dilma receba vice-presidentes
em seu gabinete e, se o faz, é para cumprir algum protocolo rápido: o
fato de ter concedido 90 minutos de seu tempo ao número dois da Casa
Branca alimentou especulações fundamentadas sobre o tamanho dos pactos
que estavam sendo gestados. Porta-vozes anônimos do governo,
possivelmente alguma fonte militar interessada, deixaram transcender que
depois da conversa com o emissário de Obama, a presidenta havia
resolvido comprar 36 caças F-18 Super Hornet fabricados pela Boeing, uma
das empresas que formam o complexo industrial militar norte-americano,
cujo poderio gigantesco cresceu ainda mais depois da declaração de
guerra ao terror anunciada em 2001 por George Walker Bush, a partir dos
atentados contra as Torres Gêmeas nova-iorquinas.
O sorriso,
agora vitorioso, de Joe Biden ao apertar a mão do sempre contido
chanceler Antônio Patriota marcavam o momento mais regressivo da
política externa brasileira desde 2003, com a virtual queda da posição
"altiva" frente à Casa Branca concebida sob o mandato de Luiz Inácio
Lula da Silva, secundado por seu ministro de Relações Exteriores Celso
Amorim e o assessor especial Marco Aurélio García, uma troika que se
completava com Samuel Pinheiro Guimarães, o "enfant terrible " do
Itarmaraty, a quem coube a tarefa de revisar planos de estudo e sistemas
de admissão na inexpugnável estrutura do Serviço Exterior.
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