WASHINGTON POST: CIA AJUDOU COLÔMBIA A MATAR LÍDERES DAS FARC


O comandante das FARC Raul Reyes em foto de 2002, em Los Pozos, Colômbia. Em 2008, a Colômbia, com a ajuda da CIA (Estados Unidos), bombardeou acampamento em área no Equador, junto da fronteira, matando Reyes, considerado na época como o líder Nº 2 das FARC. (Foto: Scott Dalton/AP/DefesaNet)
Jornal americano revela sistema que permitiu ataques nas selvas

Por Dana Priest, com contribuição de Elyssa Pachico e Julie Tate, no site DefesaNet, de 23/12/2013

Nota de DefesaNet:

Prezados leitores. Esta tradução simplificada publicada em O Globo, do artigo do Washington Post, é a mais próxima ao original.

Recomendamos a leitura da matéria original do jornal Washington Post (22DEZ13),  que publicamos na íntegra, em inglês, pela sua importância e relevância:

Covert action in Colombia against FARC Link


Só complementando o texto: o Chefe da guerrilha Reyes foi localizado por ter uma conversa, de mais de 30 min com Hugo Chávez, via um telefone satelital, o que possibilitou uma localização segura e clara na fronteira com o Equador.

O Editor

A CIA, agência de inteligência americana, ajudou o Exército colombiano a eliminar ao menos 24 líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) através de um programa secreto, revelou ontem (dia 22) o jornal "Washington Post". A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos também contribuiu com o governo colombiano com "ajuda substancial em escutas telefônicas", de acordo com a reportagem.
 
O diário indica que o plano contra as FARC, uma organização guerrilheira que atua há cinco décadas na Colômbia, foi autorizado pelo presidente americano George W. Bush em 2003, durante o governo de Álvaro Uribe. As operações reveladas esta semana não estavam no orçamento destinado ao "Plano Colômbia", um programa de US$ 9 bilhões criado pelos EUA para combater o narcotráfico.
O acampamento do comandante Reyes após bombardeio em 2008 (Foto: Internet)
As ações secretas continuam em curso no governo de Barack Obama, segundo 30 fontes militares americanas e colombianas, de inteligência e diplomáticas ouvidas pela reportagem. Todas falaram sob condição de anonimato.
 
O programa secreto na Colômbia oferece dois serviços essenciais que ajudaram o país a virar a guerra contra as Farc e um grupo insurgente menor, o Exército de Libertação Nacional (ELN): inteligência em tempo real para seguir os líderes rebeldes, permitindo sua perseguição e, desde 2006, bombas guiadas a laser com capacidade de localização por GPS, cuja precisão permite acertar acampamentos no meio da selva.
 
A CIA não se pronunciou sobre a reportagem. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, por sua vez, disse que as operações secretas americanas "têm sido de assistência" às Forças Armadas de seu país.
 
- Parte do conhecimento e da eficiência de nossas operações especiais são o produto do melhor treinamento que adquirimos por muito países, entre eles os EUA - explicou.
 
Já o deputado Ivan Capeda, da oposição, afirmou que a Câmara cobrará explicações ao atual governo.
 
As operações reveladas pelo "Washington Post" seriam um dos maiores programas de inteligência dos EUA desde os ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. O serviço secreto americano também fornece assistência a ações em países africanos e da América Central, além do México, como uma forma de traçar a trajetória seguida pelo tráfico de drogas.
 
O início do programa não oficial na Colômbia veio após a queda de um avião monomotor em uma área da selva controlada pelas Farc, no dia 13 de fevereiro de 2003. Os guerrilheiros mataram o policial colombiano que estava a bordo, assim como um dos quatro empreiteiros americanos que trabalhavam contra o cultivo da coca. Os outros três foram feitos reféns e passariam anos no cativeiro.
 
Naquele ano, a embaixada americana em Bogotá contava com 4.500 funcionários de 40 agências. Era a maior representação diplomática nos EUA no exterior - só perdeu este posto em 2004 para o Afeganistão.
 
- Não havia outro país, incluindo o Afeganistão, onde tínhamos mais coisas acontecendo do que na Colômbia - disse William Wood, que foi embaixador americano em Bogotá entre 2003 e 2007, antes de assumir por dois anos o mesmo cargo em Cabul.

Um plano de assassinatos seletivos: clicar quem quiser ler sobre o mesmo assunto, em espanhol, no jornal argentino Página/12:

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