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PRIVATIZAÇÃO DO PETRÓLEO NO MÉXICO: MANIFESTO DE INTELECTUAIS DENUNCIA REFORMA ENERGÉTICA
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(Foto: Carta Maior) |
Manifesto denuncia o caráter ilegítimo da reforma de três
artigos da Constituição do país transformando o regime de exploração de
recursos energéticos.
Por Carta Maior, de 21/12/2013
Um grupo de intelectuais mexicanos divulgou um
manifesto denunciando o caráter ilegítimo da reforma de três artigos da
Constituição do país transformando o regime de exploração dos bens da
nação em matéria energética. A reforma, diz o manifesto, beneficia
algumas grandes empresas em detrimento do interesse nacional e foi feita
sem que a população fosse consultada sobre o assunto. Confira a íntegra
do manifesto:
A reforma em matéria energética é política, social e eticamente ilegítima
Ao Povo do México e outros povos do mundo
Aos poderes da Federação e dos Estados
Às companhias nacionais e estrangeiras
A
Constituição é a expressão dos acordos nacionais fundamentais e,
portanto, faz parte de sua natureza que seu texto recolha a opinião das
maiorias do país.
Quando a Constituição é reformada em suas
decisões políticas fundamentais de costas para o povo, sem seu
conhecimento, e sem que ele seja consultado, se atenta contra seu
caráter de pacto político e social nacional e, em consequência, contra
sua legitimidade.
Isso é o que ocorreu com a reforma dos artigos
25, 27 e 28 da Constituição mexicana. Os legisladores do Congresso
nacional e dos congressos estaduais transformaram o regime
constitucional da exploração dos bens da Nação em matéria energética,
para beneficiar grandes empresas, em prejuízo das maiorias nacionais,
modificando uma parte essencial do texto da Constituição e rompendo
assim uma parte substancial do pacto histórico de 1917. Mais ainda pelo
fato de que a reforma foi realizada sem que se levasse em conta a
opinião da população, com o que os próprios legisladores desconheceram
seu caráter de representantes da soberania popular.
Feita assim,
com desconhecimento desta soberania a qual a própria Constituição se
refere em seus artigos 39 e 41, a reforma em matéria energética é
política, social e eticamente ilegítima.
Além disso, a reforma
está viciada de ilegalidade em razão das anomalias jurídicas que, para
sua aprovação, ocorreram na Câmara de Deputados, onde não foram
cumpridas as regras dos processos parlamentares. A maioria necessária
para a reforma constitucional foi obtida com acordos ilegais, o que
significa que ela foi feita de maneira ilegal.
Desta maneira, a
reforma tampouco oferece condições jurídicas seguras aos investidores
privados, nacionais e estrangeiros. Esta reforma será revertida
definitivamente quando a soberania popular e nacional estiver realmente
representada no Congresso da União e nos congressos locais. Enquanto
isso, sem deixar de recorrer às instâncias legais, é imprescindível o
fortalecimento da organização popular e cidadã, à margem de simulações
políticas que dão prioridade a interesses partidários acima do interesse
geral.
Pelo Grupo Paz com Democracia,
Raúl
Vera, Pablo González Casanova, Rodolfo Stavenhagen, Miguel Concha Malo,
Jorge Fernández Souza, Víctor Flores Olea, Magdalena Gómez, Ana Esther
Ceceña, Dolores González, Alicia Castellanos, Gonzalo Ituarte, Gilberto
López y Rivas, Luis Hernández Navarro, Carlos Fazio, Miguel Álvarez
Gándara, Héctor de la Cueva, Pablo Romo Cedano
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
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