"O homem que amava os cachorros",
clássico do cubano Leonardo Padura, narra os últimos anos da vida do
revolucionário russo, exilado no México
Por Daniella Cambaúva, de São Paulo, no portal Opera Mundi, de 09/12/2013
Na noite de 21 de agosto de 1940, Ramón Mercader seguia empunhando uma picareta de alpinista, encontrada cravada no tronco de uma árvore, convencido de que, apesar de todos os riscos, bastava fincar a ponta metálica para cumprir a missão que lhe havia sido confiada. Nas mãos suadas, sentia a arma quente, enquanto sua testa ardia. Ignorou o medo e, em poucos segundos, levantou o braço direito com força em direção à cabeça de Leon Trotsky.
Uma história de amor, morte, ódio, utopia e compaixão, O homem que amava os cachorros começou a ser escrito por Padura em 1989
Acabava naquele instante a vida de um dos homens que, ao lado de Josef Stalin e Vladimir Lenin, lideraram a Revolução de Outubro de 1917, e que, anos depois, se transformaria em inimigo da revolução em curso na URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). “Aquela era a cabeça do maior inimigo da revolução, do perigo mais cínico que ameaçava a classe operária, a cabeça de um traidor, um renegado, um terrorista, um reacionário, um fascista...”, refletia Mercader instantes antes.
Esse importante episódio da história mundial é narrado no romance O homem que amava os cachorros, do jornalista e escritor cubano Leonardo Padura Funtes, lançado nesta segunda-feira (09/12) no Brasil pela Boitempo Editorial. Dos três eixos narrativos do livro, o principal narra a trajetória do “camarada Trotsky”, nascido Liev Davidovitch. Embora ela já tenha sido contada inúmeras vezes, Padura se diferencia pela riqueza de detalhes com que reconstrói os fatos, com uma cronologia definida pelo próprio autor como “um romance, apesar da presença esmagadora da história em cada uma de suas páginas”.
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(Este blog vai reproduzir na próxima semana entrevista com Padura publicada pelo portal Carta Maior em abril/2013)
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