(Foto: jornal Página/12) |
Por Guilherme Almeida, de São Paulo (SP), no sítio do jornal Brasil de Fato, de 25/12/2013
Carlos
Alberto Libânio Christo, mais conhecido como Frei Betto, vive no
convento de ordem dominicana, em Perdizes. Autor de 53 livros, já ganhou
o Prêmio Jabuti pelas obras “Batismo de Sangue” e “Típicos Tipos –
perfis literários”.
Adepto da Teologia da
Libertação, é um grande defensor dos direitos humanos no Brasil e uma
das maiores vozes em favor dos movimentos populares. Foi assessor
especial do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, entre
2003 e 2004, e coordenou o programa Fome Zero. Desde de que professou na
Ordem Dominicana, em 1966, acompanha as mudanças na Igreja Católica.
Em entrevista, Betto
elogia o Papa Francisco, analisa as mudanças no Vaticano e a crise da
Igreja Católica no Brasil. Ele demonstra preocupação com o processo de
“confessionalização da política”.
Qual é sua avaliação sobre o Papa Francisco?
Foi
uma grande novidade a eleição do [Jorge Mario] Bergoglio. É um
latino-americano e tem muita sensibilidade pela questão social.
Realmente, seus primeiros passo são positivos. Começou uma reforma da
Igreja de cima pra baixo, o que corresponde à estrutura piramidal da
Igreja Católica. Foi um fato praticamente inédito a renúncia do Bento
XVI. E ele deixou o cargo deixando claro as razões. Disse que havia uma
esquema de corrupção na Igreja, que precisava ser combatido mas que não
tinha forças.
O que mudou com o novo Papa?
Ele
abandonou uma série de símbolos que eram da nobreza, como a capa, o
sapato vermelho e a cruz de ouro. Abandonou títulos derivados muito mais
do Império Romano do que da tradição cristã como sumo pontífice. Também
é interessante o fato dele preferir morar na Casa de Santa Marta, que é
uma casa de hóspedes, com um refeitório usado pelo pessoal que trabalha
no Vaticano, largando a residência pontifícia.
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