Em seus últimos atos de campanha, Bachelet tem insistido que eleitores votem no domingo (Foto: Agência EFE/Opera Mundi) |
Ex-presidente chilena ainda teme alta taxa de abstenção, que deverá ficar próxima dos 50% dos eleitores
Por Victor Farinelli, de Santiago, no portal Opera Mundi, de 12/12/2013
Na última pesquisa de intenção de voto divulgada antes do segundo turno das eleições presidenciais chilenas deste domingo (15/12), a candidata opositora, Michelle Bachelet, venceria com o apoio de 63,7% da população. A governista Evelyn Matthei, por sua vez, seria derrotada com 36,3%, de acordo com os números do Instituto Ipsos e da Universidade de Santiago.
Além de voltar à Presidência, cargo que ocupou entre 2006 e 2010, Bachelet pretende vencer com larga margem de votos para ter maior facilidade de realizar as reformas que promete em sua campanha, como a Constitucional.
Segundo o cientista político Juan Carvajal, da PUC de Santiago, “Bachelet não conseguiu ter o quórum qualificado para aprovar reformas no Congresso, mas uma vitória ampla poderia trazer a ela o respaldo de setores mais independentes, para que estes sejam os poucos votos que faltam para a aprovação desses projetos”.
Apesar de os números da pesquisa serem favoráveis, a opositora ainda teme que um possível aumento da taxa de abstenção ofusque sua vitória eleitoral. Nos últimos atos de sua campanha, a ex-presidente tem dito que “um time só pode ganhar por goleada se tem os onze jogadores em campo, e temos que ter todos os eleitores em campo no domingo”.
Para Carvajal, “caso essa alta abstenção se repita, ela deve prejudicar de novo a candidata da esquerda (Bachelet), porque provavelmente acontecerá mais nos bairros de classe baixa e zonas onde está o seu eleitorado cativo. Não creio que vá mudar o resultado do pleito, mas poderia significar uma vitória por uma margem não tão grande quanto a que todos estão esperando”.
Quanto a esse problema, o comando de campanha de Michelle Bachelet colocou em prática um plano de contingência, com voluntários visitando distritos onde se registrou grande abstenção no primeiro turno.
Porém, Evelyn Matthei também tem apontado sua campanha à busca do eleitor que deixou de votar no primeiro turno, ou do que ainda não tem certeza de que irá votar no segundo.
“Para Matthei, esse eleitor é a última esperança, seja por uma virada surpreendente, seja por uma derrota mais honrosa. Mas tanto ela quanto Bachelet devem estar lutando por esse chamado ‘voto desanimado’, com o mesmo afinco, embora por motivos diferentes”, analisa Carvajal a Opera Mundi.
Observação do Evidentemente: a partir destas eleições, o voto passou a não ser obrigatório no Chile.
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