Jornalista Ignacio Ramonet, criador da edição espanhola do Le Monde Diplomatique (Foto: Aporrea) |
“O
que está acontecendo aqui vem de manual da CIA, agência de inteligência dos
Estados Unidos”, diz Ignacio Ramonet, lembrando o exemplo do golpe contra o presidente Salvador Allende.
"Nos
meses e semanas que precederam o golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de
1973, a ofensiva era muito semelhante à que se leva a cabo hoje aqui", explica,
falando da sabotagem nos serviços públicos, da especulação e da estocagem de alimentos
e outras mercadorias.
Por Agência Venezuelana de Notícias (AVN), no jornal Correo del Orinoco (estatal) –
reproduzido do portal Aporrea.org,
de 24/11/2013
Caracas
-
"Maduro demonstrou que é um timoneiro", afirmou o intelectual e escritor
espanhol, Ignacio Ramonet, em referência à ofensiva econômica liderada pelo
presidente da República, Nicolás Maduro, diante da desestabilização executada
continuamente pela direita contra o povo venezuelano, especialmente na área
econômica com a especulação de preços e a estocagem de produtos.
Numa entrevista publicada no domingo, dia 24, pelo jornal (estatal) Correo del Orinoco, Ramonet analisa a atual situação da Revolução Bolivariana, assim como a recente aprovação da Lei Habilitante, com a qual Maduro - com o apoio do povo - busca fortalecer a luta contra a corrupção e defender a economia nacional.
Com as ações econômicas para proteger o povo da ganância e da especulação e a aprovação da Lei Habilitante, o intelectual disse que o chefe de Estado deteve "em parte" o golpe de Estado silencioso da direita, que empreendeu um ataque "sem piedade" contra o processo bolivariano.
Ao ressaltar que a Lei Habilitante é necessária, Ramonet acrescentou que a ofensiva de Maduro "foi uma reação que deu mostra do seu nível de liderança. E isto eu creio que a oposição não esperava".
Na conversa com a jornalista Vanessa Davies, o analista se refere ao apoio popular à ação governamental de intervir em casas comerciais onde a especulação alcançava até 1.200%. "Eu diria que são medidas populares, que foram corretas", diz, após assinalar que nas longas filas estavam também eleitores da direita.
Frente à guerra econômica, observa Ramonet, Maduro "se inspirou em Chávez e fez uma habilitante. E vimos que sua ação está dando resultados".
Seguindo o manual do golpe silencioso
O escritor, que visitou a Venezuela para a apresentação de seu livro “Hugo Chávez, mi primera vida” (conta a vida de Chávez antes de ser líder político), comentou que o presidente Maduro deteve em parte o golpe de Estado silencioso que a direita venezuelana empreende em fiel cumprimento do manual da norte-americana Agência Central de Inteligência (CIA, sua sigla em inglês).
"Em parte conseguiu parar", afirma Ramonet, após ressaltar que provavelmente a oposição não esperava, devido à postura de diálogo que caracteriza o presidente venezuelano, por sua experiência de dirigente sindical e chanceler. No entanto, Maduro "não encontrou resposta à altura dessa boa vontade", aponta o intelectual espanhol.
"O que está acontecendo vem do manual", insiste, destacando o exemplo do golpe de Estado contra o presidente chileno Salvador Allende.
"Nos meses e nas semanas que precederam o golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973, a ofensiva era muito semelhante à que se leva a cabo hoje aqui", explica, e desta maneira frisa que a sabotagem nos serviços públicos, a especulação e a estocagem (esconder alimentos e outras mercadorias), são ações para dizer que a gestão de Maduro "é um governo que não sabe governar" ou que está cheio de incompetentes.
Explicou que como na Venezuela não há condições de haver um golpe militar como no Chile, o que a direita e a burguesia buscam é "criar as condições" para ganhar as eleições municipais de 8 de dezembro "e a partir daí, de novo retomar a tentativa de ilegitimar ou deslegitimação do presidente Maduro", para ir depois a um referendo revogatório (previsto na Constituição a partir do quarto ano do mandato de seis anos do presidente).
"É um golpe de Estado de novo tipo: institucional, como o do Paraguai", disse em referência ao golpe parlamentar que derrubou o presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.
Numa entrevista publicada no domingo, dia 24, pelo jornal (estatal) Correo del Orinoco, Ramonet analisa a atual situação da Revolução Bolivariana, assim como a recente aprovação da Lei Habilitante, com a qual Maduro - com o apoio do povo - busca fortalecer a luta contra a corrupção e defender a economia nacional.
Com as ações econômicas para proteger o povo da ganância e da especulação e a aprovação da Lei Habilitante, o intelectual disse que o chefe de Estado deteve "em parte" o golpe de Estado silencioso da direita, que empreendeu um ataque "sem piedade" contra o processo bolivariano.
Ao ressaltar que a Lei Habilitante é necessária, Ramonet acrescentou que a ofensiva de Maduro "foi uma reação que deu mostra do seu nível de liderança. E isto eu creio que a oposição não esperava".
Na conversa com a jornalista Vanessa Davies, o analista se refere ao apoio popular à ação governamental de intervir em casas comerciais onde a especulação alcançava até 1.200%. "Eu diria que são medidas populares, que foram corretas", diz, após assinalar que nas longas filas estavam também eleitores da direita.
Frente à guerra econômica, observa Ramonet, Maduro "se inspirou em Chávez e fez uma habilitante. E vimos que sua ação está dando resultados".
Seguindo o manual do golpe silencioso
O escritor, que visitou a Venezuela para a apresentação de seu livro “Hugo Chávez, mi primera vida” (conta a vida de Chávez antes de ser líder político), comentou que o presidente Maduro deteve em parte o golpe de Estado silencioso que a direita venezuelana empreende em fiel cumprimento do manual da norte-americana Agência Central de Inteligência (CIA, sua sigla em inglês).
"Em parte conseguiu parar", afirma Ramonet, após ressaltar que provavelmente a oposição não esperava, devido à postura de diálogo que caracteriza o presidente venezuelano, por sua experiência de dirigente sindical e chanceler. No entanto, Maduro "não encontrou resposta à altura dessa boa vontade", aponta o intelectual espanhol.
"O que está acontecendo vem do manual", insiste, destacando o exemplo do golpe de Estado contra o presidente chileno Salvador Allende.
"Nos meses e nas semanas que precederam o golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973, a ofensiva era muito semelhante à que se leva a cabo hoje aqui", explica, e desta maneira frisa que a sabotagem nos serviços públicos, a especulação e a estocagem (esconder alimentos e outras mercadorias), são ações para dizer que a gestão de Maduro "é um governo que não sabe governar" ou que está cheio de incompetentes.
Explicou que como na Venezuela não há condições de haver um golpe militar como no Chile, o que a direita e a burguesia buscam é "criar as condições" para ganhar as eleições municipais de 8 de dezembro "e a partir daí, de novo retomar a tentativa de ilegitimar ou deslegitimação do presidente Maduro", para ir depois a um referendo revogatório (previsto na Constituição a partir do quarto ano do mandato de seis anos do presidente).
"É um golpe de Estado de novo tipo: institucional, como o do Paraguai", disse em referência ao golpe parlamentar que derrubou o presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.
Continua em
espanhol:
Ramonet puntualizó que la oposición aplica la misma campaña que se hizo después de las elecciones venezolanas del 14 de abril, bucan el descontento popular - originado por la guerra económica contra el pueblo venezolano - y utilizarlo en contra del Gobierno Bolivariano.
Aún cuando mediante su poder mediático la derecha ha intentado adjudicar la culpa al Gobierno, el intelectual español señaló que el Ejecutivo ha demostrado que lo que ocurre en los comercios "es una especulación y es una subida de precios totalmente artificial".
Indicó que las acciones del Gobierno no pueden ser malinterpretadas como acoso a los comerciantes porque el Ejecutivo se ha encargado de explicar y demostrar que se trata es de tener precios justos y que la ganancia (o lucro) también debe ser justa y legítima, la cual se ubicaría entre 15% y 30%, margen que para Ramonet sigue siendo alto teniendo en cuenta que en las inversiones en caja de ahorros (nas aplicações em poupança) o los mercados financieros, en el mundo, las ganancias (os juros, os lucros) no superan el 17%.
El escritor español dijo que el presidente Maduro le preguntó ¿Cómo sería en Francia si ocurriese algo semejante?, "Y la respuesta que yo le di es que en Europa los primeros que se hubiesen quejado no es el Gobierno, sino las asociaciones de consumidores que hubiesen lanzado, probablemente, campañas de boicot de ese comercio".
"El aparato comercial está retirándole a los venezolanos lo que el Gobierno puede hacer como incentivo en materia de aumento de salario mínimo, aumento de pensiones, para seguir una inflación que está demostrando que es, en parte, superficial", agregó.
"Una revolución con ciudadanos consumidores"
El intelectual español advierte que la Revolución Bolivariana se enfrenta al reto (o desafio) de construir el socialismo en un país marcado por una cultura del consumismo, situación que se ha evidenciado estas semanas con las largas colas y el afán de adquirir electrodomésticos en los locales intervenidos.
"Entonces, ¿cómo articular socialismo y consumismo? Es muy complicado. Y no hay muchos ejemplos, esta es una revolución que está viviendo cosas nuevas", expresa Ramonet, al recordar que la riqueza de Venezuela rompe el molde, porque los procesos revolucionarios se han dado principalmente en países pobres.
"Es una revolución con ciudadanos consumidores, y que consideran que son ciudadanos en la medida en que consumen", agrega.
Ramonet señaló que es posible que ese consumo desmedido esté ligado a la desconfianza sobre el valor de la moneda nacional, el bolívar. "Claro si tu estás convencido de que tu moneda se derrite como la nieve al sol, tu interés es tener algo concreto que no se va a derretir", dice.
De esta manera, defiende la posición del presidente Maduro, quien insiste en robustecer la moneda nacional. "Él ha dicho 'queremos un bolívar fuerte', y tiene razón. El día en que la gente tenga un bolívar fuerte no se va a precipitar a comprarse la segunda nevera (geladeira), sino que va a meter el dinero en el banco".
Ramonet puntualizó que la oposición aplica la misma campaña que se hizo después de las elecciones venezolanas del 14 de abril, bucan el descontento popular - originado por la guerra económica contra el pueblo venezolano - y utilizarlo en contra del Gobierno Bolivariano.
Aún cuando mediante su poder mediático la derecha ha intentado adjudicar la culpa al Gobierno, el intelectual español señaló que el Ejecutivo ha demostrado que lo que ocurre en los comercios "es una especulación y es una subida de precios totalmente artificial".
Indicó que las acciones del Gobierno no pueden ser malinterpretadas como acoso a los comerciantes porque el Ejecutivo se ha encargado de explicar y demostrar que se trata es de tener precios justos y que la ganancia (o lucro) también debe ser justa y legítima, la cual se ubicaría entre 15% y 30%, margen que para Ramonet sigue siendo alto teniendo en cuenta que en las inversiones en caja de ahorros (nas aplicações em poupança) o los mercados financieros, en el mundo, las ganancias (os juros, os lucros) no superan el 17%.
El escritor español dijo que el presidente Maduro le preguntó ¿Cómo sería en Francia si ocurriese algo semejante?, "Y la respuesta que yo le di es que en Europa los primeros que se hubiesen quejado no es el Gobierno, sino las asociaciones de consumidores que hubiesen lanzado, probablemente, campañas de boicot de ese comercio".
"El aparato comercial está retirándole a los venezolanos lo que el Gobierno puede hacer como incentivo en materia de aumento de salario mínimo, aumento de pensiones, para seguir una inflación que está demostrando que es, en parte, superficial", agregó.
"Una revolución con ciudadanos consumidores"
El intelectual español advierte que la Revolución Bolivariana se enfrenta al reto (o desafio) de construir el socialismo en un país marcado por una cultura del consumismo, situación que se ha evidenciado estas semanas con las largas colas y el afán de adquirir electrodomésticos en los locales intervenidos.
"Entonces, ¿cómo articular socialismo y consumismo? Es muy complicado. Y no hay muchos ejemplos, esta es una revolución que está viviendo cosas nuevas", expresa Ramonet, al recordar que la riqueza de Venezuela rompe el molde, porque los procesos revolucionarios se han dado principalmente en países pobres.
"Es una revolución con ciudadanos consumidores, y que consideran que son ciudadanos en la medida en que consumen", agrega.
Ramonet señaló que es posible que ese consumo desmedido esté ligado a la desconfianza sobre el valor de la moneda nacional, el bolívar. "Claro si tu estás convencido de que tu moneda se derrite como la nieve al sol, tu interés es tener algo concreto que no se va a derretir", dice.
De esta manera, defiende la posición del presidente Maduro, quien insiste en robustecer la moneda nacional. "Él ha dicho 'queremos un bolívar fuerte', y tiene razón. El día en que la gente tenga un bolívar fuerte no se va a precipitar a comprarse la segunda nevera (geladeira), sino que va a meter el dinero en el banco".
Tradução: Jadson Oliveira
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