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MENSALÃO: STF AGE COMO OPOSIÇÃO PORQUE PARTIDOS NÃO CONSEGUEM CUMPRIR PAPEL
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(Foto: Viomundo) |
O STF tornou-se um bunker incrustado no coração da democracia,
que mais colabora para manter as deficiências do sistema político do
que para saná-las.
Por Maria Inês Nassif, no portal Carta Maior, de 14/11/2013
Escrevo com atraso a segunda coluna sobre as dificuldades da oposição partidária brasileira (leia aqui a primeira, O canto do cisne do PSDB e do DEM),
mas isso pode ter sido providencial. Coincide com a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) de decretar a prisão dos condenados do chamado
Mensalão sem o trânsito em julgado de toda a ação.
As pessoas que
concordam com a intromissão do STF em assuntos que a Constituição
define como de competência do Legislativo dizem que os ministros do STF
legislam porque o Congresso não cumpre a sua função. Se for possível
sofismar sobre essa máxima, dá para concluir que o STF age como oposição
porque os partidos políticos, que deveriam fazer isso, não conseguem
atuar de forma eficiente e se constituírem em opção de poder pelo voto.
O
Supremo, na maioria das vezes em dobradinha com o Ministério Público,
tem atuado para consolidar um poder próprio, que rivaliza com o
Executivo e o Legislativo, isto é, atua em oposição a poderes
constituídos pelo voto. Tornou-se um bunker poderoso incrustado no
coração da democracia, que mais colabora para manter as deficiências do
sistema político do que para saná-las; e que mais se consolida como uma
instância máxima de ação política do que como uma instituição que deve
garantir justiça.
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