(Foto: Brasil247) |
Com cidadania italiana, diretor de marketing do Banco do Brasil tentará um segundo julgamento naquele país.
Aqueles políticos e observadores que
em agosto dispararam rojões para festejar a fuga do senador boliviano
Roger Pinto para o Brasil não têm direito a reclamar da notícia que vão
ler abaixo.
Por Paulo Moreira Leite, no seu blog hospedado no site da IstoÉ, de 16/11/2013
Condenado a 12 anos de prisão e multa
superior a 1 milhão de reais na ação penal 470, Henrique Pizzolato
mudou-se para a Itália.
Com cidadania italiana, Pizzolato
pretende exercer a um direito que a legislação daquele país reserva a
seus súditos: ser julgado por leis italianas.
Ele acredita que pode ser protegido
pelo artigo V do tratado de extradição Brasil e Itália, que afirma que
não haverá o retorno forçado do cidadão ao país de origem se, “pelo fato
pelo qual for solicitada, a pessoa reclamada tiver sido ou vier a ser
submetida a um procedimento que não assegure os direitos mínimos de
defesa”.
Em nota que será divulgada em breve
por seu advogado, Pizzolato afirma que não teve um tratamento adequado
pela Justiça.
Denuncia também que a postura parcial da maioria dos
veículos de comunicação contribuiu para uma decisão parcial, que não lhe
deu os tratamentos de defesa.
Quem lê meu blogue sabe que Pizzolato
levanta pontos relevantes. Ele foi condenado por desvio de 73 milhões
de reais do Banco do Brasil mas uma auditoria da própria instituição
demonstrou que esses recursos não saíram de seus cofres e pertenciam a
uma empresa privada, Visanet. Pizzolato foi acusado de embolsar 326. 000
reais do esquema de Marcos Valério. Sempre disse que entregou o dinheiro
ao PT e a acusação jamais provou o contrário.
Único acusado de repassar
recursos para Marcos Valério, ele demonstrou que não era o primeiro nem
o mais graduado dirigente do BB envolvido nos pagamentos a DNA.
Como tantos condenados da ação penal,
ele também recorda que não teve direito a um segundo grau de
jurisdição, embora não tivesse mandato político. Não custa lembrar que,
em situação semelhante, todos os réus do mensalão PSDB-MG estão sendo
julgados em primeira instância e mais tarde poderão solicitar um reexame
integral da sentença recebida.
Esta noticia italiana vai deixar muitas
pessoas nervosas, tenho certeza. Mas é bom lembrar de Roger Pinto e os
diplomatas brasileiros que o ajudaram a escapar da embaixada em La Paz,
certo?
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