Prefeito entende que campanha de desinformação leva até cidadão que foi beneficiado a se queixar do IPTU (Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress/RBA) |
Prefeito afirma que 'império'
tenta difundir desinformação e avalia que oposição a reajuste do IPTU
chegou até a quem terá isenção. 'Não podemos ter uma sociedade
monolítica em que só alguns falam'
Por Gisele Brito, da RBA/Rede Brasil Atual, de
08/11/2013
São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad (PT), criticou o que ele chamou de “monopólio da comunicação no
país” hoje (ontem, dia 8), ao defender seu governo e, especialmente, o projeto de
revisão da Planta Genérica de Valores, que reajusta o Imposto Predial
Territorial Urbano (IPTU).
Segundo Haddad, graças a “desinformação”
e“terrorismo” até pessoas que serão beneficiadas pela mudança na
cobrança do imposto se sentiram injustiçadas – pelo projeto aprovado na
Câmara, 33% ficarão isentos de pagar IPTU e 8% terão redução no tributo.
Com as mudanças, os imóveis na região
central terão os maiores reajustes médios, enquanto distritos na
periferia terão aumento menor e redução do imposto. Aposentados que
ganham até três salários mínimo, terão isenção total de IPTU.
Diante de uma plateia que se autodenominou “aqueles que o elegeram”, durante cerimônia de sanção da lei que amplia o Programa VAI – voltado à promoção cultural para jovens da periferia –,
o prefeito disse que falta liberdade de expressão no país. “Nós não
podemos ter uma sociedade monolítica em que só alguns falam. E esses
alguns têm o pensamento único e só o pensamento deles que vale. Tudo que
difere do que eles pensam está errado”, disse. “É o império da
comunicação, querendo ditar a política pública em São Paulo. Mas comigo
isso não vai funcionar.”
O prefeito citou medidas adotadas por sua gestão e
que ele considera estruturais, como a renegociação da dívida com a
União, a criação da Controladoria Geral do Município, a vistoria de
contratos e a criação de faixas exclusivas de ônibus. “O povo vai
compreender na hora que chegar o carnê (do IPTU) o senso de
justiça do projeto que foi aprovado pela Câmara, apesar da
desinformação, do terrorismo que foi feito esse tempo todo. Mas a
consistência do projeto se impõe, porque nós temos um rumo para a
cidade.”
No último dia 5, o juiz Emílio Migliano Neto, da
7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, suspendeu o aumento do
imposto. O magistrado alegou que a votação na Câmara Municipal não
cumpriu os ritos necessários de participação popular. Ontem, a
administração petista pediu que o juiz reconsiderasse a decisão, e, no
entanto, o agravo foi negado.
O projeto sancionado prevê que o
reajuste do imposto em 2014 será de até 20% para imóveis residenciais e
até 35% para comerciais. Nos anos seguintes, os valores que ficarem
acima dos tetos serão repassados ao imposto com tetos de 10% e 15%,
respectivamente.
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