(Ilustração: Portal Vermelho) |
Há pelo menos 20% das atas das mesas receptoras de votos em regiões onde o Partido Libre tem grande apoio popular, que foram arbitrariamente auditados e não computados; em comunidades remotas se observou o "voto acorrentado" e a compra de credenciais eleitorais; há milhares de mesas onde os partidos minoritários não receberam nenhum voto, ou seja, que nem os seus candidatos teriam votado por eles mesmos.
Por Atilio A. Boron, no jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 26 - reproduzido do Portal VermelhoNas últimas horas de ontem [segunda-feira (25)], o Tribunal Superior Eleitoral de Honduras consagrava como vencedor o candidato do golpe continuísta, Juan Orlando Hernández. Desde o início, o processo eleitoral foi obstaculizado por defeitos irremediáveis que jogaram um cobertor pesado de suspeita sobre seu resultado.
A intervenção "da embaixada" nos assuntos internos de Honduras
deveria ter sido motivo suficiente para suspender as eleições,
redesenhar as instituições políticas — entre elas o próprio TSE,
controlado por aqueles que aprovaram o golpe em 2009 — e fazer uma nova
convocatória eleitoral para quando fossem reunidos os requisitos mínimos
para uma eleição, não somente durante a campanha (já por si um problema
em Honduras, com seu recorde de jornalistas e militantes da oposição
assassinados), mas também durante a contagem final dos votos.
Semanas antes das eleições, representantes do governo declararam que o
TSE confrontariam seus dados com os da embaixada dos Estados Unidos
antes de apresentar os resultados finais! Em suma, o vencedor seria
proclamado por "a embaixada" e o governo do continuísmo golpista de
Porfirio Lobo admitiria ter convertido Honduras em um protetorado dos
Estados Unidos.
Esta vergonhosa confissão diz muito sobre a história desse sofrido país,
ocupado por Washington e convertido na década de 1980 em uma gigantesca
retaguarda para servir de apoio logístico às agressões perpetradas contra a
revolução sandinista pelos "contras" nicaraguenses.
Xiomara Castro, no dia da votação (Foto: Internet) |
Ex-presidente Manuel Zelaya (bigode preto) (Foto: EFE/Página/12) |
Juan Orlando Hernández (quarto da esq. para dir.) rezando na noite do domingo (Foto: AFP/Página/12) |
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