Declarações de dois dos
vários artistas citados nas chamadas “listas negras” contidas nos documentos
recentemente encontrados nos porões do edifício Condor, em Buenos Aires, onde
funciona a Força Aérea, conforme matérias do jornal Página/12, de
06/11/2013.
Federico
Luppi (ator, 77 anos): “Fica demonstrada de forma clara
e transparente a famosa mão civil do golpe militar, com uma enorme quantidade
de empresários que colaboraram. É significativo também o fato de que um alto comando
das Forças Armadas não tenha escondido o achado e tenha informado rapidamente ao
ministro da Defesa. Como se deu a ordem de continuar procurando em quanto
escritório ignoto haja, seguramente todo o material que se encontre será
francamente esclarecedor. As listas negras não representam nenhuma surpresa. Quando
me pegaram, eu perguntei com sorna: Quanto perigo posso representar eu para o
país? Porém não souberam o que me responder.
Víctor
Heredia (cantor e compositor, 66 anos): “Sem nenhuma dúvida estamos no
bom caminho. O fato de que tenha sido o chefe da Força Aérea (Mario Miguel
Callejo) quem entregou essas atas é muito importante, porque mostra que as
Forças Armadas começaram a compreender seu papel dentro da democracia. Eu disse
que haveria um dia na Argentina um exército popular e hoje as Forças Armadas
mostram que começaram a compreender seu papel dentro da democracia. Obviamente
que emociona o fato de voltar a comprovar a perseguição e o planejamento dessa
perseguição contra a cultura que houve, desta vez reconfirmada numa lista onde
há uma enorme quantidade de companheiros que tinham um pensamento libertário e
democrático. A documentação é mais uma confirmação do plano sistemático que
existia contra os que tínhamos um pensamento diferente”.
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