Assim que foi eleito, em 2007, Rafael Correa anunciou que o Equador se somava ao processo de saída da longa noite de trevas do neoliberalismo.
Assim que foi eleito, em 2007, Rafael Correa anunciou que o Equador se somava ao processo de saída da longa noite de trevas do neoliberalismo e que não se tratava apenas de um uma época de mudanças, mas de uma mudança de época. Depois de ter 5 presidentes derrubados sucessivamente por mobilizações populares, o Equador escolhia um jovem economista para dirigir o país, apoiado em imensas mobilizações populares.
“Políticas que puderam manter-se na base de enganos e de atitudes antidemocráticas por parte de seus beneficiários, com apoio total de organismos multilaterais, que disfarçaram de ciência a uma simples ideologia”- assim Correa caracterizava as políticas neoliberais que haviam predominado por tres décadas em todo o continente. O que caracterizava efetivamente a essas políticas era que “beneficiavam ao grande capital e sobretudo ao capital financeiro”.
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Ganhar as eleições na América Latina, como em quase todas as partes do mundo, até mesmo nos Estados Unidos, não é ganhar o poder, é ganhar uma parte do poder. Os poderes reais continuam vivos: os poderes econômicos, os poderes sociais, o poder informativo, “esse terrível adversário que tem os governos progressistas da América Latina: empresas de comunicação que tomam o lugar dos partidos de direita em decadência, fazem política descaradamente e tratam de desestabilizar e conspirar diariamente”. Esse poder está muito vivo, junto a poderes religiosos e às ingerências internacionais.
Mas há um ressurgimento da esquerda na nossa região, que representa ao mesmo tempo um ressurgimento e o despertar dos nossos povos. “Mas devemos ser uma nova esquerda, uma esquerda que não repita os erros da esquerda tradicional, que é preciso reconhecê-los, temos que ser autocríticos. Se satanizou no passado a palavra “revisionista”, mas temos que revisar-nos dia a dia, inventar-nos dia a dia. Isso é o que busca o socialismo do século XXI, o socialismo do bom viver que praticamos no Equador”.
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