Douglas Rodrigues (Foto: Internet) |
"Uma das principais reivindicações dos movimentos populares hoje no
Brasil é justamente a desmilitarização das polícias e a consequente
extinção da PM. Está provado que, em nome do Estado e dos interesses
privados que o dirige, a PM existe para reprimir e matar negros e
pobres"
Reproduzido do site do Instituto Humanitas Unisinos, postagem de 30/10/2013
"Políticas públicas, por mais bem intencionadas que possam parecer – como é o caso do Juventude Viva -, não darão conta do problema da violência urbana se não tocarem a dimensão da política militar genocida vigente", escreve Douglas Belchior, em artigo publicado no seu blog Negro Belchior, publicada por Carta Capital, 29-10-2013.
Eis o artigo.
“Cê viu ontem? Os tiro ouvi de monte! Então,
diz que tem uma pá de sangue no campão.
‘Ih, mano, toda mão é sempre a mesma ideia junto:
treta, tiro, sangue, aí, muda de assunto (…)”
Fórmula Mágica da Paz – Racionais Mc’s
Douglas Rodrigues podia ser meu aluno. Cursava o
terceiro ano do ensino médio e trabalhava em uma lanchonete. Tinha só 17
anos. Nesta segunda (28), passava com o irmão de 13 anos em frente a um
bar quando foi abordado por policiais, quando sofreu um disparo
certeiro no peito. “Por que o senhor atirou em mim?”, teria perguntado
ao PM, segundo a mãe, Rossana de Souza. Douglas foi levado a um hospital da região, mas não resistiu.Os agentes averiguavam uma suposta denúncia de “perturbação de sossego”, segundo o Boletim de Ocorrência, por conta do som de um carro que tocava funk. “Ele deu o tiro dentro do carro. Não falou nada, não teve nem reação”, disse uma testemunha. Já o policial afirmou que o tiro foi acidental. Ele foi autuado em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
A equipe da Coordenação de Juventude, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos da cidade de São Paulo está em contato com a família e informou que oferecerá todo o apoio e orientação.
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