OS BLACK BLOCKS E AS POLARIZAÇÕES EQUIVOCADAS

(Foto: Internet)
Escrito por Felipe Moda e Fábio Nassif (jornalistas), em Correio da Cidadania, de 14/09/2013 (Enviado pelo amigo Gérson Oliveira de Souza, de Belo Horizonte/MG, por discordar de visão expressa em matéria de minha autoria, postada aqui em 18/10/2013)

As jornadas de junho colocaram o Brasil na rota dos indignados mundiais. Milhões saíram às ruas e, além de vitórias concretas, foi alterado o olhar dos brasileiros acerca de protestos, transformando a visão das manifestações como algo que aumenta o trânsito das grandes cidades e é coisa de desocupados para algo justo, de pessoas que lutam pelos seus direitos.

Frente a este salto de consciência da população, entramos nas mobilizações de julho e agosto. Estes meses foram marcados por manifestações menores, mas bastante focadas, que se apoiavam no apoio popular aos protestos para promoverem tais ações. Ocupações de Câmaras, enfrentamentos com símbolos do capital, ocupações de parques e de outras áreas urbanas passaram a acontecer nas principais cidades brasileiras e mantiveram o sentimento de indignação nas ruas. Desta forma, cabe uma reflexão para nós, da esquerda revolucionária, sobre quais são as melhores táticas a serem usadas para voltarmos a massificar os protestos.

Recentemente, diversas organizações entraram em polêmicas de como devemos nos relacionar com a chamada tática Black Block, promoveram ações para tentar “dirigir” as manifestações pós-junho e, por discordarmos destas ações, escrevemos este texto como forma de expressar uma outra visão sobre as táticas de construção dos protestos.

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Os ativistas que utilizam a tática Black Block se localizaram no campo da esquerda. Podemos fazer um debate se a tática deles para este momento está certa ou não, porém, não podemos negar a mentalidade progressista dos que compõem este movimento. Há uma leitura de classes sociais nítida em sua ação, onde eles buscam atacar a burguesia, que é encarada como a responsável pelas mazelas sociais existentes. De maneira geral, os jovens que promovem estes atos não acham que os ataques às vidraças de bancos e concessionárias automobilísticas vão por si só fazer o capitalismo definhar. Consideram que, ao atacarem os símbolos do capitalismo, podemos, de maneira simbólica, quebrar a visão ideológica acerca do papel destes agentes do capitalismo em nossa sociedade.

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A ofensiva do Estado e da mídia

No dia 3 de setembro, a polícia carioca iniciou uma caçada a militantes apontados como adeptos da tática Black Block. A ação foi ainda pautada pela aprovação de uma lei que proíbe o uso de máscaras nas manifestações e a obrigatoriedade de que estes manifestantes se identifiquem.

A movimentação da burguesia é uma afronta ao conjunto dos movimentos sociais do país. A mesma lógica que se aplica cotidianamente nas periferias das cidades, quando os negros e negras são reprimidos e mortos por serem considerados suspeitos, passa a ser agora aplicada a um militante com rosto coberto, e respaldada pela lei!

Muitos dos que criticam as ações de quebra dos símbolos do capital o fazem sob argumentação de que há um erro na análise da correlação de forças por parte deste setor, já que eles deveriam estar mais cientes sobre o que o Estado e a mídia farão contra eles. Queremos inverter a lógica e chamar à reflexão: diante da repressão da mídia e do Estado, é preciso defender todas e todos que se colocam do mesmo lado da trincheira, indiferentemente de termos acordo integral com suas ideias e práticas.

Para ler todo o artigo:



                                                   

Comentários

Anônimo disse…
Sobre os Black Blocks eu fiz uma análise. Se puderem vejam:


http://www.orbenon.blogspot.com.br/2013/10/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html