NA AVENIDA PAULISTA, SINDICALISTAS PEDEM A SUSPENSÃO DO LEILÃO DO PRÉ-SAL



Concentração na Avenida Paulista, em frente ao prédio onde funcionam escritórios da Petrobras (Fotos: Jadson Oliveira)
De São Paulo (SP) – Apenas umas 200 pessoas, a maioria ligada a sindicatos, participaram do protesto na Avenida Paulista contra o leilão do pré-sal (campo de Libra) marcado para o próximo dia 21. Foi no final da tarde da quinta-feira, dia 3, data que marca os 60 anos de criação da Petrobras.

Sindicalistas de entidades dos petroleiros (e também de outras categorias, como a dos bancários, que estão em greve por reajuste salarial há mais de duas semanas) foram para a frente do prédio (Av. Paulista, 901) onde funcionam escritórios da Petrobras para protestar contra a exploração do pré-sal por empresas estrangeiras, como decidiu o governo federal.

Os manifestantes defenderam a suspensão do leilão. "Ao permitir que as multinacionais se apropriem do campo de Libra, que, sozinho, pode jorrar até 12 bilhões de barris de petróleo, o governo coloca em risco não só a soberania, como também o desenvolvimento do Brasil", afirmam na convocatória do ato os sindicalistas e representantes de movimentos sociais articulados no Comitê Estadual (de SP) de Defesa do Petróleo.

Outro tema várias vezes mencionado pelos representantes sindicais foi a terceirização, fenômeno do capitalismo depredador que arrebenta os direitos trabalhistas e enfraquece ainda mais o fraco movimento sindical brasileiro. Foi lembrado, por exemplo, que a Petrobras tem hoje 85.000 empregados próprios para 300.000 terceirizados.
Depois de pronunciamentos na Paulista, os manifestantes desceram a Avenida Brigadeiro Luís Antônio em direção à Assembleia Legislativa, onde haveria uma audiência pública sobre os leilões do petróleo. Os policiais acompanharam a movimentação e, na Brigadeiro, tiveram muito trabalho para controlar o trânsito.

A manifestação na capital paulista fez parte de protestos programados a nível nacional, incluindo concentração com artistas no centro do Rio de Janeiro. Também foi anunciada a paralisação por 24 horas de atividades da Petrobras, mas pelo tamanho do ato realizado na Paulista dá para imaginar o tamanho de tal greve.

A CUT brilhou pela ausência

Certamente, portanto, não será pela pressão de manifestações desse porte que o governo mudará sua posição. Dentre as três maiores centrais sindicais, apenas a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil, ligada ao PCdoB) esteve realmente presente, inclusive com discurso do seu novo presidente nacional, o bancário baiano Adilson Araújo.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores, ligada ao PT) brilhou pela ausência. Para tentar manter as aparências, um seu representante discursou no palanque armado sobre o carro de som. Não se via uma única bandeira da CUT entre as da CTB e de outras centrais menores, como a Central Sindical e Popular – CSP – Conlutas, que é ligada ao PSTU.

A terceira central, entre as maiores, a Força Sindical, de tendência mais à direita, não participou. Ela é comandada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, de SP, conhecido como Paulinho da Força, que estava no PDT mas acaba de criar o Partido Solidariedade.

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