O líder revolucionário Maurice Bishop (Foto: Nodal) |
Por Gerardo Szalkowicz, no site Nodal (Notícias da América Latina e Caribe), de 25/10/2013
Às 5 horas da madrugada de 25 de outubro de 1983, uma pequena nação insular caribenha de apenas 344 quilômetros quadrados e menos de 100 mil habitantes pagava caro o pecado de ter sonhado uma revolução. A cidade de São George, capital de Granada, era bombardeada de aviões, helicópteros e buques de guerra norte-americanos e logo em seguida invadida por mais de 7 mil soldados.
A operação “Fúria Urgente”, idealizada pelo governo Ronald Reagan e acompanhada pelos governos vizinhos de Barbados, Jamaica e Dominica, arrasava os fundamentos dum original processo de transformação social iniciado quatro anos antes, aproveitando os transtornos que enfrentava o processo após as fortes disputas internas e o assassinato de seu líder, Maurice Bishop, seis dias antes.
O dia 19 de outubro, precisamente, havia significado o princípio do fim. Dias antes, um setor do Governo Popular Revolucionário, encabeçado pelo vice-primeiro ministro Bernhard Coard, impulsionou um golpe palaciano, tomou o controle do governo e meteu Bishop na prisão.
A manobra e a detenção do até então primeiro ministro desencadearam uma revolta popular: os estudantes abandonaram as aulas ao grito de “Não Bishop, não escola” e os operários portuários iniciaram uma greve. Na noite desse 19 de outubro, uma multidão agitou cartazes com a consigna “Queremos Bishop, não Coard” e Bishop foi libertado. Porém, o transportaram ao Quartel do Exército, onde horas mais tarde foi executado junto com sua mulher, a ministra da Educação, Jacqueline Creft, e outros membros do Executivo. Minutos depois, a Rádio Granada Livre informou que um conselho militar tomou o poder e decretou o estado de sítio.
A conquista do Tio Sam
A CIA (agência de inteligência dos EUA) estava a par de tudo e já tinha preparado a intervenção. Os pretextos da invasão seguiam a cartilha de sempre: uma suposta fabricação de foguetes (nunca encontrados), o perigo (inexistente) que corriam os estudantes norte-americanos na ilha e, especialmente, a construção dum aeroporto para propiciar o turismo, da qual participavam ativamente operários e técnicos cubanos e que, para os EUA, seria utilizada como base militar soviética. Uma vez mais, o fantasma da expansão comunista.
(Foto: Nodal) |
Continua em espanhol:
EEUU había procurado abonar el terreno para fomentar la crisis que justificara la invasión, congelando todos los créditos internacionales, rodeando a Granada de un mundo financiero hostil e impulsando una feroz campaña mediática contra “el régimen procubano”.
El experimento socialista granadino
Desde 1951 cuando fue designado primer ministro, Eric Gairy manejó Granada a su gusto. Se hizo amigo del dictador chileno Augusto Pinochet y tejió (construiu) fuertes lazos con Washington y Londres.
Pero en los ’60 (Mas nos anos 1960) se fundó un movimiento opositor, el New Jewel Movement, dirigido por Maurice Bishop, un abogado que había nacido en la isla de Aruba. El 13 de marzo de 1979, este movimiento de liberación (libertação) ocupó el cuartel del ejército y la radio local, logró derrocar la dictadura de Gairy y dio inicio a la “People’s Revolution”, la revolución del pueblo.
El Gobierno Popular Revolucionario intentó avanzar en transformaciones sociales con perspectivas socialistas. El impulso de las manifestaciones culturales locales contra las condicionalidades externas, el establecimiento de la educación gratuita bajo (sob) métodos pedagógicos liberadores (libertadores), un nuevo sistema de atención médica apoyado por Cuba y la reducción del desempleo del 49% al 12%, fueron algunos de los logros de este proceso que, junto a la revolución sandinista, marcaba una nueva época en la región.
Hasta que la bota estadounidense puso la mira y aplastó este pequeño germen de rebeldía y resistencia que estaba dando un ejemplo enorme.
30 años después, Granada sigue perteneciendo a la Mancomunidad Británica de Naciones y la autoridad máxima es la reina (a rainha) de Inglaterra, quien va designando al gobernador títere de turno. El país perdió toda significación geopolítica y, como dice el abogado Peter David, protagonista de aquella gesta, “volvió a ser una pequeña isla entre muchas en el Caribe”. Mientras (Enquanto isso), la mayor parte de su población vive en la pobreza.
Hoy, todavía resuena (Hoje, ainda ressoa) la conclusión de Ronald Reagan sobre esta página de la historia: “Según nos decían, Granada era una isla (ilha) amiga y un paraíso turístico. Pero no (Mas não). Era una colonia soviético-cubana que se estaba preparando como bastión militar para explotar el terror y debilitar la democracia. Llegamos ahí justo a tiempo”.
Tradução: Jadson Oliveira
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