Por Alípio Freire (foto), no jornal Brasil de Fato, de 14/10/2013 (enviado por Otto Filgueiras)
A
campanha para as eleições presidenciais de 2014 já está nas ruas. Mas,
para além das intrigas e fisiologismos que assolam os partidos (e a
grande mídia comercial) para a indicação dos candidatos e suas alianças,
impossível vislumbrar quais serão os pontos programáticos que possam
embasar a escolha política dos cidadãos e cidadãs eleitores.
Quem
sabe, as cúpulas partidárias prossigam em sua política Fla-Flu – para
usarmos uma metáfora futebolística de apelo popular: torcidas
organizadas em torno de siglas ou nomes momentosos, ao gosto do mais
rastaquera populismo. Talvez imprimam programas com propostas que
atendam à lógica das palavras, a despeito dos fatos. Talvez se acomodem à
lógica do voto do segundo turno, no “menos pior”.
Há, porém, graves problemas que – não importa o eleito – o próximo presidente terá de enfrentar: A
crise capitalista global que se arrasta e da qual o mundo vem “se
recuperando” há quase mais de década; a garantia e defesa do nosso
petróleo (A Petrobras é intocável – lembram?); uma política de
desenvolvimento nuclear; nossa defesa frente ao militarismo e a
rapinagem sem limites da Casa Branca (onde se inclui a espionagem); a
defesa das fronteiras e da nossa soberania nacional.
Sem
um norte claro para essas questões, impossível falarmos em
desenvolvimento e, sobretudo, de uma política de distribuição de renda
que nos abra para os horizontes mais amplos de uma sociedade igualitária
e livre.
Obviamente
não se espera grandes discursos raivosos ou tonitruantes, frases de
efeito ou qualquer radicalismo verbal. Necessitamos, isto sim, de um
estadista, pois tais questões não se resolvem por si, ou nos limites do
território nacional. E menos ainda podem ser resolvidas nos limites da
Economia. Fica claro também, desde já, que abrir caminhos nesse rumo, é
uma tarefa que podemos esperar das agremiações de esquerda – até porque,
para a direita, está tudo certo e de bom tamanho.
Não
é mais possível (e menos ainda desejável) que busquemos paliativos que
se esgotem no curto prazo e sem qualquer perspectiva de transformações
estruturais na organização do País, ou de administrarmos o nosso
território em função dos interesses do grande capital internacional, com
soluções tópicas, pontuais, que apenas prolongam a agonia de milhões de
trabalhadores e das demais classes populares, maioria esmagadora em
nossa sociedade.
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