“O objetivo de Washington é obter informação de como a América latina se comporta”, disse Assange (Foto: EFE) |
Segundo Assange, 98% das
comunicações da América Latina passam pelos EUA: de acordo com o fundador do sítio
de vazamentos Wikileaks, a espionagem permite a Washington predizer o comportamento
dos líderes e interesses latino-americanos e também pressionar qualquer pessoa
importante.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de 12/10/2013
O
jornalista e criador de Wikileaks, Julian Assange, afirmou ontem (dia 11) que quase
a totalidade das comunicações a partir da América Latina passam pelos Estados
Unidos e que este país utiliza a espionagem delas para afiançar sua influência no
mundo. “98% das telecomunicações partidas da América Latina ao resto do mundo,
incluídas mensagens de texto, chamadas telefônicas, correios eletrônicos, etc,
passam através dos Estados Unidos”, assinalou Assange. “O objetivo de
Washington é obter informação de como a América Latina se comporta, para onde
se dirigem as transferências econômicas e as atividades dos principais líderes e
atores”, acrescentou numa entrevista concedida a um canal de televisão russo a
partir da Embaixada do Equador em Londres.
Segundo
Assange, essa espionagem permite a Washington predizer o comportamento dos
líderes e interesses latino-americanos e também pressionar qualquer pessoa importante. “Os Estados Unidos
tentou agressivamente impedir o intercâmbio
econômico através da intervenção e controle da Swift, Visa, MasterCard ou do
dinheiro enviado para a América Latina mediante o Bank of America”, assegurou.
“Os Estados Unidos está se apropriando das interações econômicas e das
telecomunicações, e o que fica é um certo controle da força física do Estado”, afirmou.
Assange avaliou que o interesse de Washington pela América Latina esteve um pouco
aplacado durante a primeira década do século 21 e se inclinou mais para o
Oriente Médio, não obstante agora voltou a fixar sua vista na região. “Nesse
período, vários países latino-americanos se desenvolveram e fizeram crescer sua
independência diante dos interesses dos Estados Unidos. E agora, infelizmente, os
Estados Unidos está voltando a se interessar
pela América Latina”, disse.
Soberania tecnológica (Continua em espanhol):
Además, Assange consideró que es necesario construir una soberanía
tecnológica para combatir el espionaje de Estados Unidos. “No hay una soberanía
efectiva sin la soberanía de los elementos necesarios: interacción económica,
telecomunicaciones e instrumentos de control policiales y judiciales”,
sentenció.
En relación con el ex técnico de la CIA Edward Snowden, que vive en
Rusia asilado después de haber revelado una trama de espionaje masivo de los
servicios secretos de su país, Assange señaló que Wikileaks estuvo implicado de
modo formal e informal en las solicitudes de asilo de Snowden en alrededor de
20 países. “En algunos casos porque pensábamos que había una posibilidad real
con esos países y en otros porque queríamos que el público viera que había un
rechazo y generar un cierto debate público y que hubiera testigos (houvesse
testemunhas) de cómo se estaban comportando los gobiernos”, contó.
El fundador de Wikileaks recordó que fueron Venezuela, Bolivia y Ecuador
los países de Latinoamérica que mostraron interés en otorgar asilo a Snowden.
(NT: faltou citar também Nicarágua).
Por otro lado, aseguró que los filtradores (que fazem as filtrações, os
vazamentos) de archivos secretos como él (como ele) y Snowden reciben el trato (o
tratamento) de los Estados Unidos como terroristas. “El presidente Obama ha
llamado ‘excepcionalidad de Estados Unidos’ a este tipo de persecución (perseguição)
y actitud hacia los filtradores y los medios (meios de comunicação) que trata
como a terroristas. Cuando un presidente habla sobre excepcionalidad lo que
está tratando de decir es que a su país no se le aplican las reglas del
comportamiento civilizado, tanto en el caso de invadir otro país o (ou) abusar
de la ley en su propio territorio”, sostuvo (sustentou).
Tradução: Jadson Oliveira
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