Lutadoras
sociais, sujeitas políticas, combatentes. Elas conseguiram ser
reconhecidas como ‘mulheres que fazem história’ depois de se firmarem
como guerrilheiras das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –
Exército do Povo (FARC-EP), e para mostrar ao mundo suas experiências,
dores e alegrias lançaram o site Farianas.
De Rede Democrática, de 15/10/2013
"Ser
guerrilheiras significa tomar a decisão de lutar, de assumir a
responsabilidade por nossos atos, de nos libertar de um destino
pré-estabelecido, destes papéis definidos por uma sociedade injusta e
excludente. Nossa entrada às fileiras das Farc representa por si um ato de rebeldia e
libertação, é fazer parte de um coletivo onde ser homem ou mulher está
impelido pela condição de combatentes revolucionários por um mundo
justo”.
Em comunicado publicado no último fim de
semana, a Comandante Victoria Sandino, integrante da delegação de paz
das Farc (que negocia com a delegação do governo colombiano em Havana-Cuba), falou da revolução bolivariana e da mesma responsabilidade de
levar adiante o projeto revolucionário. Também afirmou que o estatuto
das Farc lhes garante os mesmos direitos e deveres, conquistados após
"as lutas de todas e todos, cotidianamente, para superar o machismo
culturalmente arraigado em nossas fileiras".
"Ao longo de nossa luta, como as demais
mulheres, fomos estigmatizadas e discriminadas por este regime. Contra
nossa organização lançaram uma maligna campanha midiática apoiada pelo
poder econômico e político imperial, para desvirtuar nossa essência
revolucionária e humanista, para calar as vozes justiceiras, para algemar
as ações daqueles que nos alçaram em rebeldia".
Denunciam que em várias ocasiões foram
apresentadas como "vítimas de nossos companheiros e da organização
revolucionária". Para elas, essas tentativas tinham o claro objetivo de
"desmotivar a vinculação da mulher colombiana ao combate
revolucionário".
Fizeram um apelo especial às mulheres
colombianas para se somarem aos esforços e trabalharem na construção de
um futuro de justiça e paz para as gerações vindouras. "Isso envolve a
necessidade de reconhecer a importância do processo que se adianta em
Havana, seu apoio decidido aos esforços de quem aposta no fim da guerra e
na edificação de um regime verdadeiramente democrático em nosso país".
Disse que decidiram visibilizar a luta,
refletir o que são, pensam e vivem, para resgatar as pequenas e grandes
histórias de nossas companheiras e companheiros de luta, junto às de
outras mulheres revolucionárias, fontes de permanente inspiração para
todas e todos, compartilhando suas visões, experiências e saberes para
construírem juntos o processo de esperança e futuro do país.
A ideia é opinar sobre a problemática
das mulheres colombianas, as lutas populares e as propostas das Farc-EP
para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, rumo ao
socialismo.
Fonte: Adital
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