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CID BENJAMIN LANÇA LIVRO DE MEMÓRIAS E REFLEXÕES POLÍTICAS
O jornalista, que participou como protagonista do sequestro do
embaixador dos EUA, ajudou a fundar o PT nos anos 80 e hoje é militante
do PSOL
PorMaurício Thuswohl, no portal Carta Maior, de 24/10/2013
Rio de Janeiro – Filho de militar, ele abraçou o marxismo nos
anos 1960, forjou-se como líder estudantil e foi dirigente nacional do
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Engajado na luta armada
contra a ditadura militar, participou como protagonista do seqüestro do
embaixador dos Estados Unidos e mais tarde foi preso e torturado nos
porões do regime. Escapou da morte e teve sua prisão decretada até ser
libertado, ao mesmo tempo em que outros 39 presos políticos, em troca da
liberdade de outro embaixador, desta vez da Alemanha, que também havia
sido seqüestrado por militantes ligados à Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR). No exílio, viveu na Argélia, no México, em Cuba,
no Chile e na Suécia, antes de retornar ao Brasil em 1979. No ano
seguinte, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, do qual
foi dirigente nacional e coordenador no Rio de Janeiro da primeira
campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em
1989. Há oito anos, deixou o PT para ser um dos fundadores do PSOL,
partido do qual hoje é uma das figuras mais reconhecidas, embora não
ocupe qualquer cargo de direção.
Tanta história assim merece um
livro, e era isso que os amigos e familiares do jornalista Cid Benjamin
não cansavam de lhe cobrar. Absorvido pelas tarefas profissionais e
políticas, ele nunca havia conseguido colocar suas memórias no papel,
mas essa lacuna foi preenchida nesta terça-feira (22) com o lançamento
no Rio de Janeiro do livro “Gracias a la Vida – Memórias de um
Militante” (Ed. José Olympio, 292 pgs), que reúne relatos e reflexões
políticas de Cid sobre os diversos momentos de sua trajetória. O sucesso
da noite de autógrafos, que reuniu entre as centenas de presentes
diversos nomes conhecidos da esquerda carioca de variadas tendências,
revela o quão aguardado era o relato desse militante histórico sobre um
período que, desde a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV),
voltou a ser objeto de interesse da sociedade brasileira.
O
livro é lançado justamente em meio à queda-de-braço que hoje opõe
aqueles que desejam jogar luz sobre esse passado recente da história do
Brasil a outros que preferem não reabrir velhas feridas: “O livro sai em
um momento propício. Temos as comissões da verdade, o excelente livro
do Mário Magalhães sobre o Carlos Marighela, que também traz esse debate
à tona”, enumera.
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