Os manifestantes na metade de uma das pistas da Avenida Paulista (Fotos: Jadson Oliveira) |
Os manifestantes – em torno de 200 pessoas – desfilaram
pela metade de uma das pistas da Paulista e se concentraram em frente ao número
901, prédio onde funcionam escritórios da Petrobras (no último dia 3, nos 60
anos da estatal do petróleo, houve um ato semelhante no mesmo local).
Levando em conta a exibição de faixas e bandeiras, as
entidades mais visíveis eram a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
(CGTB), uma das pequenas centrais sindicais brasileiras, e a União Municipal
dos Estudantes Secundaristas (UMES).
Apareciam ainda o PSTU, o Partido Pátria Livre, a UNE, a
Central Sindical e Popular/CSP – Conlutas, Movimento das Mulheres do Brasil e o
Movimento dos Atingidos por Barragens. Na frente do carro de som havia uma
faixa com a sigla FUP (Federação Única dos Petroleiros) e, atrás, outra com
CUT, central à qual a FUP é vinculada.
O mote era “leilão é privatização”, tema que vem gerando
polêmica dentro do movimento democrático e popular, já que alguns setores, em
especial os mais chegados ao governo federal, defendem que o “sistema de partilha”
adotado para a exploração do pré-sal é compatível com a defesa da soberania
nacional. Para muitos setores nacionalistas e de esquerda, trata-se
simplesmente de privatização e entreguismo.
Tenho publicado neste meu blog algumas matérias contra o
leilão, mas ultimamente publiquei uma a favor, já que há muitos argumentos
“técnicos” em jogo, de difícil compreensão para os não estudiosos do assunto.
Segundo estimativas divulgadas, estaria em jogo uma produção gigantesca de
petróleo, o equivalente a ¾ do que o Brasil produz atualmente.
O movimento contra o leilão é nacional e está ativo desde
o início do mês, com mais força no Rio de Janeiro. Ontem houve protestos também
em outros estados, principalmente no Rio e em Brasília. Lideranças dos
petroleiros anunciaram o início, a partir de ontem, duma greve da categoria,
chegando a falar em 80% de adesão. Eles estão também em campanha salarial.
O governo Dilma não parece se abalar diante das
manifestações de rua, por sinal, bem pouco representativas em termos de número
de manifestantes. Vi ontem no Jornal Nacional (da Globo) a presidenta autorizar a participação de tropas federais
para garantir a segurança no Rio, onde se dará o leilão.
Vi também o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e a
diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard,
garantindo que não há qualquer dúvida, o leilão será realizado.
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