NA ONU, DILMA DIZ QUE ESPIONAGEM DOS EUA É "GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS" E "DESRESPEITO À SOBERANIA NACIONAL"
Presidenta Dilma Rousseff durante abertura do debate geral da 68ª Assembleia-geral das Nações Unidas. (Foto: roberto stuckert Filho/PR) |
Reproduzido do blog Viomundo, de 24/09/2013
JOANA CUNHA
DE NOVA YORK
GABRIELA MANZINI
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK, na Folha de S. Paulo
Em tom rígido, Dilma Rousseff levou nesta terça-feira à 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, as críticas do país ao governo americano, acusado de espionar inclusive as comunicações pessoais da presidente brasileira.
Na plenária, Dilma qualificou o programa de inteligência dos EUA de “uma grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional”.
Dilma afirmou que as denúncias causaram “indignação e repúdio” e que foram “ainda mais graves” no Brasil, “pois aparecemos como alvo dessa intrusão”. Disse ainda que “governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais”.
“Elas são inadmissíveis”, completou. Conforme a brasileira, o Brasil “fez saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão”.
Há uma semana, a presidente cancelou a visita de Estado que faria ao colega Barack Obama em outubro que vem, em Washington, por “falta de apuração” sobre as denúncias de que a inteligência americana espionou as comunicações pessoais da brasileira, além da Petrobras.
Para ela, “imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre elas, sobretudo entre nações amigas”.
Dilma também foi extraordinariamente dura ao rebater frontalmente o argumento americano de que a espionagem visa combater o terrorismo e, portanto, proteger cidadãos não só dos EUA como de todo o mundo.
Para ler toda a matéria, incluindo a posição do Brasil contra a intervenção militar na Síria, sobre a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU e sobre os protestos de rua de junho.
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