Por , no seu Blog do Rovai, de 14/09/2013
Gushiken foi uma das lideranças
sindicais mais capazes da história recente do Brasil. Acha exagero?
Pergunte ao Lula qual é a opinião dele acerca dessa frase. Sua liderança
não estava apenas associada ao seu carisma ou à sua capacidade de
articulação. E ele tinha os dois. Mas Gushiken era maior que isso. Era
um intelectual.
Sua morte aos 63 anos me faz lembrar de
um tipo de sindicalismo que está em falta atualmente, o dos líderes
brilhantes. Daqueles que se sobrepunham aos grupos e às disputas
comezinhas. Que conseguiam reverter a decisão de uma assembléia, mesmo
quando suas posições eram polêmicas e minoritárias.
Tive o prazer de conhecer Gushiken. Mas
não o de desfrutar de sua amizade. Achava-o bastante reservado. E nunca
ousei passar dos cumprimentos formais. Mas quando ele decidiu que não
buscaria a reeleição a deputado federal, fui entrevistá-lo. Era editor
da Revista dos Bancários, atual Revista do Brasil. Aquela seria sua
primeira entrevista sobre o tema e só depois da divulgação da edição ele
trataria do assunto com a imprensa tradicional.
Encontrei um Gushiken um tanto aliviado.
Ele dizia que era hora de dedicar tempo à família. Que tinha perdido
boa parte da infância e adolescência dos filhos vivendo em ponte aérea. E
que, ao mesmo tempo, era hora de parar de passar medo. Pois é, Gushiken
tinha medo de avião. E me falou uma frase que invariavelmente me
recordo ao entrar num. Quanto mais você anda de avião, maior é a chance
de dar algo errado num deles.
Naquela entrevista, anunciou que apoiaria o então presidente do Sindicato dos Bancários, Ricardo Berzoini, para sucedê-lo. Em tese, seria a saída do talentoso bancário da vida política.
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