Deputado José Genoíno, do PT-SP (Foto: Internet) |
A situação de José Dirceu encontra-se numa fronteira insegura para aqueles que apostam em seu linchamento
Vamos elogiar Genoíno porque ele não
roubou? Era um destino de cearense, de político, de guerrilheiro, de
petista?
Ou
vamos expor Genoíno a um pelourinho televisivo, bruto, selvagem, indigno, e
depois, com dor no coração, olhar para suas feridas e falar de sua “história
digna”?
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog hospedado no sítio da revista IstoÉ, de 02/09/2013
A cada dia que passa, cresce a convicção de que os embargos infringentes no julgamento do mensalão podem ser pura formalidade.
O risco é que venham a ser apresentados e rejeitados em
bloco, embora o debate real esteja longe de terminado.
Será lamentável, na medida em que há pontos essenciais do
julgamento que merecem uma segunda avaliação. Este direito foi assegurado aos
mensaleiros-PSDB MG. Dificilmente será negado aos colegas do DEM-DF.
Por que recusar a turma do PT, na forma, muito mais
limitada, dos embargos?
Os recursos dos réus do mensalão-PT estão sendo
julgados, em pacotes, pelo mesmo tribunal, pelo mesmo presidente que encerrou o
julgamento, que também é o mesmo relator.
Enquanto isso, quem for condenado em Minas – quando e se
isso acontecer – irá bater às portas da segunda instância, em Brasília, para
buscar seus direitos. Terá outros olhos e outros ouvidos para escutar sua
história e seus argumentos.
Justíssimo – para eles.
Os réus do mensalão PSDB-MG, acusados pelo mesmo esquema
– até as secretárias eram as mesmas -- pelo mesmo ministério público, terão
direito a dois julgamentos. Mais antigo que o mensalão-PT, a facção mineira
anda mais devagar. A partir de Minas, o processo dará, em sua plenitude, o
direito universal a uma segunda jurisprudência.
Aos acusados do PT, haverá, na melhor das hipóteses, meia
jurisprudência, torta, mais difícil, complicada e sem dúvida tensa. E mesmo
isso pode ser negado.
É falso dizer que não há nada para ser reexaminado.
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