Três membros da guerrilha foram torturados e violentados na prisão (Foto: Página/12) |
É o “caso de Luis Vaca, Susana Cajas e Javier Jarrín”, que foram presos, de forma arbitrária, por vinculação com o grupo guerrilheiro Alfaro Vive Carajo (AVC), em 1985. Foram torturados e submetidos à violência sexual.
De São Paulo (SP) - Pela primeira vez militares do Equador serão levados a juízo por crimes de lesa humanidade. O processo será apresentado pelo Ministério Público (MP) na próxima terça-feira, dia 1º., perante a Corte Nacional de Justiça, contra 10 integrantes de altos comandos policiais e militares, acusados de delitos de tortura, violência sexual e desaparecimento forçado, cometidos na década de 80, conforme matéria publicada pelo jornal argentino Página/12, edição de ontem, dia 28.
É o “caso de Luis Vaca, Susana Cajas e Javier Jarrín”, que foram presos por vinculação com o grupo guerrilheiro Alfaro Vive Carajo (AVC) durante o governo do presidente León Febres Cordero (1984-1988). Os três, que estão atualmente com a idade em torno dos 50 anos, foram detidos em 1985 de forma arbitrária, torturados e submetidos à violência sexual.
“Além disso, começou o desaparecimento forçado, porque as autoridades começam negando as prisões quando, de fato, eles estavam encarcerados”, relatou Fidel Jaramillo, diretor da Comissão da Verdade e dos Direitos Humanos do MP, criada depois que o Estado equatoriano, no período de 2007 a 2010, fez um trabalho de investigação sobre as graves violações dos direitos humanos no país.
Ele explicou que “os crimes de lesa humanidade jamais foram julgados no Equador, não porque não existam, mas porque nunca houve nem a decisão política nem jurídica de examinar esses crimes”. O caso está a cargo do procurador do Estado Galo Chiriboga.
A notícia do início do processo foi bem recebida pelos organismos de direitos humanos, que há tempo empreenderam uma batalha para esclarecer os fatos ocorridos no passado, em especial com os integrantes do grupo guerrilheiro AVC.
Observação: Conforme pesquisa na Internet, o grupo Alfaro Vive Carajo! (AVC), também conhecido como Forças Armadas Populares Eloy Alfaro, foi atuante na luta armada na década de 80 até o início dos anos 90. Era considerado da esquerda revolucionária e marxista-leninista.
Eloy Alfaro (1842-1912) foi um general equatoriano que liderou a chamada revolução liberal no país. Foi presidente em dois períodos: 1897 a 1901 e 1906 a 1911.
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