No próximo dia 1º de outubro (terça-feira), às
15h30, o jornalista e escritor Emiliano José comparece a nova
audiência na 29ª Vara Cível do Fórum Ruy Barbosa.
O jornalista enfrenta uma ação de indenização
por danos morais movida pelo pastor Atila Brandão, ex-oficial da
Polícia Militar da Bahia, acusado de torturar o ex-preso
político, e atual professor de história, Renato Afonso de
Carvalho, em 1971, no Quartel dos Dendezeiros. O jornalista responde a
processo por ter revelado a história no artigo “A
premonição de Yaiá”, publicado no jornal A
Tarde, em fevereiro de 2013.
No artigo intitulado “A premonição de
Yaiá”, o jornalista e escritor narrou as torturas
praticadas pelo então tenente da polícia militar Atila
Brandão. Inconformado com a revelação de seu passado,
o pastor Atila ingressou com uma ação indenizatória
que pretende obter 2 milhões de reais “pelos danos
causados a sua honra e imagem”, além da
veiculação de um direito de resposta. O ex-militar admite sua
atuação como agente da repressão durante a ditadura
militar, mas, nega participação nas torturas.
O jornalista Emiliano José já
obteve várias vitórias judiciais contra o ex-militar. Em
junho, a desembargadora Telma Brito, em recurso protocolado pelo presidente
da OAB/Bahia, Luiz Viana Queiróz, e pelo advogado Jerônimo
Mesquita, determinou a suspensão da decisão da juíza
Marielza Brandão (29ª Vara Cível) que liminarmente
ordenara a retirada do artigo do site do jornalista, bem como direito de
resposta no jornal A Tarde; em agosto, a juíza Sílvia
Lúcia Bonifácio Andrade Carvalho (6ª Vara Criminal)
concedeu habeas corpus beneficiando Emiliano José, mandando trancar
inquérito na 16ª Delegacia de Polícia provocado por
denúncia do pastor evangélico.
A audiência do dia 1º de outubro tem caráter
conciliatório. Na impossibilidade, o processo terá
prosseguimento. O bispo Atila Brandão incluiu também o
jornalista Oldack de Miranda no processo indenizatório, por ter
reproduzido em seu blog o texto do artigo e noticiário sobre os
fatos. Jerônimo Mesquita, advogado de defesa do jornalista Emiliano
José, afirmou: “uma vez que o Supremo
Tribunal Federal desautorizou a revisão da Lei de Anistia, ao
contrário do que ocorreu na Argentina e no Uruguai, os torturadores
brasileiros não só continuam impunes como ainda tentam
utilizar-se de censura judicial para silenciar jornalistas e assim manter o
seu passado obscuro distante das possíveis críticas da
opinião pública nacional.”
Organizações de defesa dos direitos humanos e pela
liberdade de imprensa têm aprovado manifestações de apoio e
solidariedade a Emiliano José, a exemplo do Sindicato dos
Jornalistas (Sinjorba), Federação Nacional dos Jornalistas
(Fenaj), do Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação, Grupo Tortura Nunca Mais
/Bahia, Associação dos Professores Universitários
da Bahia- APUB, dos deputados estaduais Marcelino Galo, Rosemberg Pinto e
Luiza Maia, do vereador e ex-governador da Bahia Waldir Pires, e do
deputado federal Geraldo Simões, em discurso proferido na
Câmara Federal.
LEIA NA ÍNTEGRA O ARTIGO “A PREMONIÇÃO DE
YAIÁ”
http://www.emilianojose.com. br/?event=Site. dspNoticiaDetalhe¬icia_id= 1407
Comentários
Pois agora acusar sem provas é um direito?
Gostaria de saber se é assim que a comissao da verdade vai apurar os fatos que ela se propõe? Espero que esse artigo esteja equivocado e o que estou lendo seja mentira.
A gente tem que esperar a justiça julgar baseada nas provas que possui, pois sao duas versoes e a maioria das pessoas nao estavam lá, a nao ser que tenham o dom da previdência.
Ter votado no pt uma vez na minha vida é a maior vergonha que vou levar para debaixo da terra.
E depois os religiosos que sao fundamentalistas...