Por João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST - no seu blog em Terra Magazine, de 25/09/2013 (Sugestão de Geraldo Guedes)
No
dia 21 de outubro, a Agência Nacional de Petróleo vai leiloar o maior campo de
reservas de petróleo brasileiro, encontrado a 180 km do litoral, com sete mil
metros de profundidade.
Lá estão depositados
comprovadamente de 12 a 14 bilhões de barris de petróleo. E equivalem a todas
as reservas do México. Corresponde a tudo que a Petrobras já explorou nos seus
60 anos de existência.
A importância
estratégica para o país é tão grande que durante o debate do segundo turno, da
campanha de 2010, a candidata Dilma Rousseff disse que o candidato José Serra
queria privatizar e fazer um leilão do petróleo, e que isso era inadmissível,
pois o pré-sal deveria ser uma riqueza a ser utilizada apenas em favor do povo
brasileiro.
Três anos depois, em
mensagem pública em rede de televisão, a presidenta muda o discurso e assume o
que Serra queria fazer, leiloar as reservas do pré-sal para iniciativa privada.
(...)
A
alternativa é dar exclusividade para a Petrobras, que com empréstimos do BNDES,
do Tesouro ou mesmo no mercado internacional poderia extrair o petróleo, com
sua tecnologia e trabalhadores brasileiros. Depois, industrializar esse óleo
para gerar ainda mais riquezas e impostos no Brasil.
O que está em jogo é
a nossa soberania nacional sobre uma riqueza estimada em um US$ 1 trilhão a ser
retirada em 30 anos. O povo brasileiro vai dividir essa riqueza com as empresas
estrangeiras? Quem não gostaria de ter garantido o acesso a US$ 500 bilhões ao
longo de 30 anos ?
Diante disso, especialistas
da universidade, técnicos da Petrobras, dirigentes que atuaram no próprio
governo Lula-Dilma, sindicatos dos petroleiros, centrais sindicais e movimentos
sociais nos reunimos recentemente em uma plenária e decidimos fazer uma
campanha nacional pelo cancelamento do leilão.
O Brasil descobriu
uma imensa reserva depois de décadas de pesquisa financiada pelo povo. Temos a
garantia constitucional de que o petróleo pertence a todo o povo. Temos
tecnologia necessária para explorá-lo.
Esperamos que a presidenta
Dilma não entre na história do país no mesmo capítulo que o FHC, referente à
entrega das nossas riquezas. FHC entregou os nossos minérios, privatizando a
Vale do Rio Doce, a Embraer, as ferrovias e as empresas de telecomunicações.
Não admitimos dividir
a nossa riqueza com capitalistas estrangeiros. Lutaremos por nossas ideias e
pelos interesses do povo brasileiro. Um governo passa rápido, mas a história de
um povo é eterna.
Estão aí o início e o final do artigo. Falta a parte onde o autor explica detalhadamente como deverá ocorrer todo o processo. Clicar para ler tudo.
Comentários