Havana,
7 agosto (Agência Prensa Latina) - As Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) apresentaram hoje em Cuba
iniciativas para a democratização da informação e dos meios de
comunicação em massa nesse país sul-americano.
Antes do início de outra jornada do diálogo de paz com o governo
colombiano, o membro da delegação insurgente Marco León Calarcá leu um
comunicado, no qual a guerrilha defendeu a criação de um Conselho
Nacional de Políticas da Informação e a Comunicação.
No Palácio
das Convenções, nessa capital, sede permanente dos diálogos, o
representante apontou que o propósito desse conselho é promover assuntos
como a educação, e contribuir ao desenvolvimento e à promoção de uma
cultura democrática e participativa.
Além disso, seriam
planejados e implementados mecanismos para garantir a fiscalização e o
controle social sobre o rádio, a imprensa e a televisão.
As
FARC-EP defendem medidas para a descentralização da propriedade desses
meios; estabelecer regulações destinadas a impedir que grupos econômicos
monopolizem a propriedade, e o fortalecimento dos meios do Estado.
Também propuseram a democratização do espectro radioelétrico e a
distribuição em parcelas iguais das frequências de rádio e televisão
entre os setores público, privado e social.
Entre as
iniciativas, destacam-se também a criação de condições especiais à
oposição política para o acesso à propriedade e programação dos meios, e
as garantias de acesso também para comunidades camponesas, indígenas e
de setores sociais excluídos.
Da mesma forma, propõem a criação
de um Fundo especial de financiamento de meios alternativos e
comunitários, e o desenho e implementação de um programa especial de
informação e comunicação que difunda e explique os acordos entre a
guerrilha e o Governo.
As FARC-EP também se referiram ao direito
à informação veraz e oportuna, responsabilidade ulterior e direito de
réplica; ao acesso universal às tecnologias da informação e à
comunicação, e à melhoria das condições trabalhistas dos trabalhadores
do setor.
No último sábado, o próprio Calarcá convidou os meios
de comunicação a oferecerem um maior espaço aos pontos de concórdia e
consenso com o governo no âmbito das conversas.
Por que quase
toda a informação se dirige aos temas de desacordo? Por que não
utilizamos um pequeno espaço para realçar os temas de acordo?,
perguntou-se.
As delegações da guerrilha e do governo de Juan
Manuel Santos prosseguem nessa quarta-feira os diálogos de paz, que têm
Cuba e Noruega como mediadoras, e Venezuela e Chile como observadores.
A agenda pactuada inclui, além do tema agrário (já discutido) e a
participação política (em discussão), outros aspectos, como a atenção às
vítimas, o problema do narcotráfico e o fim do conflito armado. |
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