"Maria Lucia Fatorelli:
Banqueiros capturaram o Estado brasileiro; auditoria levaria a desconto de 70%
na dívida; BC mascara dados" (blog Viomundo, de 12/08/2013)
De Belo Horizonte (MG) - Ninguém, claro, é força de expressão, mas,
proporcionalmente, é quase ninguém. Os poucos que sabem até esquecem, porque o
assunto nunca aparece na grande imprensa (ou na “mídia gorda”, como dizia –
anda sumido, fazendo falta - o Milton Severiano, Miltainho para os íntimos, o
que não é meu caso).
Uma
vez, aqui mesmo neste meu blog, no ano de 2009 – me lembro porque na época eu
estava em Curitiba – escrevi deblaterando contra o que gosto de chamar “a
verdadeira corrupção”. Foi encima da divulgação da auditoria da dívida do
Equador, mandada fazer pelo presidente Rafael Correa, que resultou na revelação
da inacreditável roubalheira dos banqueiros, com a conivência e cumplicidade de
governos entreguistas e anti-povo.
Longe
de mim pretender minimizar a corrupção disseminada em cada canto do país,
enchendo o bolso de empresários, políticos, governantes e funcionários
públicos, um troço, aliás, que tem tudo a ver com o sistema capitalista, que é
o sistema onde se exalta o ganhar dinheiro custe o que custar (o famigerado “make
money” estadunidense). Vale inclusive botar o pé no pescoço da mãe. Tem tudo a
ver também com a falta de participação popular no governo das coisas de
interesse público. Desses casos de corrupção até que a mídia hegemônica fala,
embora muito seletivamente.
Mas,
o que mais me importa agora: tente memorizar pra quando estiver batendo papo
com os amigos sobre o que é “a verdadeira corrupção”: 134 bilhões de reais
somente de juros e encargos da dívida e somente no ano de 2012 (está tudo bem
amarrado no Viomundo). Compare este valor com o orçamento da União para a saúde
ou para a educação, por exemplo, e você vai sentir o tamanho do escândalo.
A
brasileira Maria Lúcia Fatorelli, que está aí na foto e no destaque acima,
participou da mencionada auditoria a convite do governo equatoriano e agora
volta a matracar o escandaloso tema em entrevista concedida ao excelente Viomundo,
de Luiz Carlos Azenha e Conceição Lemes. O destaque acima é o título da matéria.
O Azenha é mestre em destrinchar as coisas.
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