Pablo Catatumbo, um dos membros da delegação das FARC em Havana, apresenta à imprensa a posição da guerrilha |
Após a proposta do
governo colombiano de referendar o acordo com as FARC: representantes da
guerrilha anunciam uma pausa em Havana.
A guerrilha esclareceu que não se
levanta da mesa de negociação, mas necessita de tempo para consultar sobre a proposta
do governo, que amarra o referendo às eleições legislativas do ano que vem.
Críticas da oposição.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje (dia 24)
As FARC reiteraram
sua vontade de continuar com os diálogos de paz que mantêm com o governo
colombiano em Havana, apesar de ontem (dia 23) anunciarem uma pausa para avaliar
o “delicado assunto” do referendo sobre um eventual acordo, proposto na
quinta-feira (dia 22) pelo presidente Juan Manuel Santos. Numa declaração lida
ante a imprensa na capital cubana pelo guerrilheiro Pablo Catatumbo, codinome
de Jorge Torres Victoria, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)
anunciaram a suspensão temporária das conversações de paz com o governo de
Santos.
Segundo a
agência cubana Prensa Latina, que cita fontes diretas de integrantes das FARC, a
pausa será até a próxima segunda-feira, quando se retomam as conversações, numa
mensagem clara à delegação governamental. A “pausa” anunciada servirá “para
centrar-se exclusivamente na análise dos alcances da proposta governamental” de
referendo, “sem detrimento da consulta interna que devem fazer (as FARC) como
organização”, segundo a declaração lida ontem. “Aproveitaremos este tempo também
para escutar as opiniões que seguramente vão surgir do povo em meio ao fervor da
luta político-social que hoje estremece a Colômbia”, assinalou a guerrilha.
Além
disso, outro dos porta-vozes das FARC, Jesús Santrich, esclareceu em declarações
ao jornal El Colombiano que a guerrilha não se levantará da mesa de negociação.
“Nós dissemos em Oslo (Noruega) que as FARC não se levantarão da mesa de
diálogo, isso o reiteramos. Há uma pausa porque é necessário refletir para
saber quais são os alcances do anúncio (proposta de referendo) do governo”, assegurou
Santrich.
O chefe
guerrilheiro reiterou que a palavra chave dos últimos anúncios das FARC é
“pausa”, e não retirada nem abandono das negociações. Em resposta à decisão da
guerrilha, o presidente Santos assegurou ontem ao meio-dia que considera
“legítima” essa “pausa”, mas advertiu que isso deve ter celeridade para que as
conversações continuem avançando. “Legítimo que o estudem, mas o tempo passa e a
paciência do povo colombiano tem seu limite e temos que continuar avançando nas
conversações”, precisou Santos, segundo publica o jornal El Tiempo.
(Continua em espanhol)
El gobierno y los presidentes de los partidos que lo apoyan (Partido de
la U, Conservador, Liberal, Cambio Radical y Partido Verde) presentaron ayer
ante el Senado un proyecto de ley para que el referendo sobre un eventual
acuerdo de paz coincida con las elecciones que el país celebrará en marzo y
mayo de 2014. Santos promovió este proyecto con el objetivo de consultar a los
colombianos sobre la paz el próximo 9 de marzo, cuando están previstas las
elecciones legislativas, o el 25 de mayo, fecha de los comicios presidenciales.
El ex presidente Alvaro Uribe Vélez calificó como “una trampa a la
democracia” la pretensión del gobierno de refrendar con el pueblo los acuerdos
alcanzados con la guerrilla, ya que de coincidir esta consulta popular con las
elecciones para el Congreso se estaría incurriendo en “una conveniencia absoluta”.
En Twitter, varios sectores se pronunciaron, como el secretario general del
Partido Comunista Colombiano, Jaime Caycedo, quien expresó que “el referendo
atado a reelección sin acuerdo de paz con la insurgencia es engaño al país”.
Por su parte, el representante a la Cámara Iván Cepeda sostuvo que “las
propuestas relacionadas con el acuerdo de paz se deben consensuar en La Habana.
Espero que se resuelva el escollo pronto”.
No obstante, Santos defendió ayer con vehemencia su proyecto y ante las
críticas recibidas dijo que lo único que busca es que sea el pueblo el que
decida sobre los posibles acuerdos, según reseña el diario El Espectador. Para
las FARC, la convocatoria a una Asamblea Nacional Constituyente que proponen
desde hace tiempo “sería el camino para alcanzar un verdadero tratado de paz,
justo y vinculante”.
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