(Foto: Correio do Brasil) |
A velha mídia está derretendo sob o sol a pino de novas formas de consumo da informação
Por Alexandre Haubrich, de São Paulo - reproduzido do Correio do Brasil, de 24/08/2013
Entendemos cinco eixos como fundamentais para levar a cabo esse combate, cada um deles com desdobramentos ou sub-eixos que igualmente devem ser desenvolvidos. Esses eixos precisam ser amadurecidos pelo conjunto de militantes, e que não podem ser considerados ou tratados de forma isolada. Dialogam de forma natural e inseparável, e só podem ser individualizados com fins didáticos, para que ações práticas sejam formuladas em cada um desses sentidos. São eles:
1. Fortalecimento dos veículos alternativos enquanto individualidades e enquanto conjunto – avançar em formas de financiamento, produção de conteúdo, qualificação dos materiais produzidos; encontrar pontos de intersecção para fortalecer a unidade, construir coberturas colaborativas e troca constante de conteúdo e divulgação.
2. Fomento à criação de novos veículos – Para uma mídia verdadeiramente combativa não basta a busca pelo fortalecimento dos próprios veículos. É preciso ir além, pensar de forma colaborativa e solidária, e, assim, amparar das mais diversas formas a construção de mais e mais espaços de comunicação alternativa, tanto através de ações diretas (promoção de oficinas e apoio na estruturação de veículos, por exemplo) como através de pressões por leis que garantam o acesso da mídia alternativa a apoio financeiro e logístico do Estado.
3. Atacar o controle dos conglomerados de mídia – é fundamental a compreensão de que não basta fortalecer os meios alternativos, é necessário enfraquecer os grupos empresariais que, via abuso de poder econômico e político, controlam a comunicação no país. Esse ataque pode se dar através de convocação de atos, denúncia de práticas de manipulação e controle, construção de análises que demonstrem a forma de atuação desses conglomerados, sua vocação monopólica e a barreira criada por esse domínio à liberdade de comunicação, expressão e informação.
4. Pressão sobre o Estado – é dever do Estado garantir a liberdade de expressão e cumprir o que determina a Constituição da República. A quase totalidade dos artigos da Carta que versam sobre a Comunicação Social não está regulamentada, o que representa um vácuo legal que acaba criando a possibilidade de abusos e absurdos como o controle de quase toda a informação que circula no país por apenas nove famílias.
5. Expansão do debate sobre o tema à toda a sociedade – o conjunto da população precisa apropriar-se da temática da comunicação, questão central na disputa social em defesa da democracia real. Expandir a consciência de que cada um é um comunicador em potencial e de que todos têm direito a plataformas de expressão é atuar pela emancipação popular e dos indivíduos.
Alexandre Haubrich é jornalista, editor do Blog Jornalismo B.
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