Por Mauro Donato, no Diário do Centro do Mundo, de 18/08/2013
“Emma, de 25 anos, integrante dos black blocs no Rio”,
conforme legenda que identifica o rosto coberto por uma camiseta na capa
da Veja, está indignada. E afirmou que irá redigir uma “Carta aberta à
Veja”.
Na tarde de sábado, logo após a revista chegar às suas
mãos, Emma, acampada no Ocupa Cabral, apoderou-se do celular que fazia
transmissão ao vivo pelo TwitCasting e passou mais de uma hora
vociferando contra a publicação (vídeo aqui).
Revoltada, demonstrava discordar de A a Z da matéria. Ainda
na capa, ela aponta um erro que considera primário ao inseri-la como
membro de um grupo. “Black bloc não é grupo e sim uma tática de
manifestação. Não tenho como ser integrante de uma coisa que não
existe.” A chamada (O bando dos caras tapadas) também desperta ira
quanto ao trocadilho que ela diz ser “digno do Zorra Total” e que
jornalistas deveriam se envergonhar de trabalhar numa revista como
aquela.
Auxiliada por um mascarado que a ajuda a folhear a revista
cujas páginas estão rebeldes por causa do vento da praia, Emma vai
analisando e xingando trechos preconceituosos e moralistas. Sua revolta
(e dos que estão ao redor) aumenta diante do relato sobre consumo de
drogas e sexo promíscuo. “Entre um baseado e um gole de vodka, (…) vinho
barato e cocaína ! Onde isso?”
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