"Aqui eu, Evo Morales, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente 500 anos" (Foto: da Internet) |
Os
europeus tiraram da América “uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões
de quilos de prata”.
“Muito
pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em
sangue?”
(Repito a
exclamação GENIAL! com a qual me chegou este texto, via e-mail, enviado pelo
velho companheiro de luta Geraldo Guedes,
de Brumado-Bahia: GENIAL! GENIAL! GENIAL! e bota GENIAL nisso! Me senti como se
estivesse relendo a assombrosa crônica da monumental rapina em “As veias
abertas da América Latina”, de Eduardo
Galeano. O texto veio com o título: “GENIAL discurso de Evo Morales sobre a
verdadeira dívida externa...” O título acima é deste blog).
Exposição do presidente Evo Morales ante a
reunião de chefes de Estado da Comunidade Europeia
Fonte:
Geopoliticablog Publicada: 16/07/2013
Com linguagem simples, que era transmitida em
tradução simultânea a mais de uma centena de chefes de Estado e dignatários da Comunidade Europeia, o presidente Evo
Morales conseguiu inquietar sua audiência quando disse:
“Aqui eu, Evo Morales, vim encontrar aqueles
que participam da reunião.
Aqui eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente 500 anos.
Aqui eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente 500 anos.
Aqui pois, nos encontramos todos. Sabemos o
que somos, e é o bastante. Nunca pretendemos outra coisa.
O irmão aduaneiro (da alfândega) europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que me descobriram. O irmão usurário (de usura, de juros, de agiotagem) europeu me pede o pagamento de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.
O irmão rábula (no Brasil, advogado prático) europeu me explica que toda dívida se paga com bens ainda que seja vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os vou descobrindo. Também posso reclamar pagamentos e também posso reclamar juros. Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Saque? Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo Mandamento.
Espoliação? Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão!
Genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que qualificam o encontro como de destruição das Indias, ou a radicais como Arturo Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização europeia se deve à inundação de metais preciosos!
O irmão aduaneiro (da alfândega) europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que me descobriram. O irmão usurário (de usura, de juros, de agiotagem) europeu me pede o pagamento de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.
O irmão rábula (no Brasil, advogado prático) europeu me explica que toda dívida se paga com bens ainda que seja vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os vou descobrindo. Também posso reclamar pagamentos e também posso reclamar juros. Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Saque? Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo Mandamento.
Espoliação? Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão!
Genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que qualificam o encontro como de destruição das Indias, ou a radicais como Arturo Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização europeia se deve à inundação de metais preciosos!
Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16
milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos
outros empréstimos amigáveis da América, destinado ao desenvolvimento da
Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que
daria direito não só de exigir a devolução imediata, mas também a indenização
pelas destruições e prejuízos. Não!
Eu, Evo Morales, prefiro pensar na menos
ofensiva destas hipóteses.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais que o início de um plano 'MARSHALLTESUMA', para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais que o início de um plano 'MARSHALLTESUMA', para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização.
Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do
Empréstimo, poderemos perguntar-nos: Os irmãos europeus fizeram uso racional,
responsável ou pelo menos produtivo dos fundos tão generosamente adiantados
pelo Fundo Indoamericano Internacional?
Lastimamos dizer que não. Estrategicamente, o
dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros
reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem outro destino que terminar
ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como no Panamá, mas sem canal.
Financeiramente, têm sido incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto
de cancelar o capital e seus fundos, quanto de tornarem-se independentes das
rendas líquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e
provê todo o Terceiro Mundo. Este deplorável quadro corrobora a afirmação de
Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e
nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e os
juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao
dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos
europeus as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30% de juros, que os irmãos
europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a
devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juro fixo de 10%,
acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula europeia
de juros compostos, informamos aos descobridores que nos devem, como primeiro
pagamento de sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de
quilos de prata, ambos valores elevados à potência de 300. Isto é, um número
para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que
supera amplamente o peso total do planeta Terra.
Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue?
Alegar que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indoamericanos. Mas exigimos sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma privatização ou reconversão da Europa, que permita que ela nos seja entregue inteira, como primeiro pagamento da dívida histórica”.
Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue?
Alegar que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indoamericanos. Mas exigimos sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma privatização ou reconversão da Europa, que permita que ela nos seja entregue inteira, como primeiro pagamento da dívida histórica”.
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