“ESTA REVOLUÇÃO É DE JOVENS”



(Foto: Página/12)
Raúl Castro comemorou em Cuba o 60º. aniversário do assalto ao quartel de Moncada

Matéria traduzida do jornal argentino Página/12, de 27/07/2013

O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou ontem (dia 26) que a Revolução Cubana continuava sendo uma revolução de jovens. Há 60 anos do fracassado  assalto ao quartel de Moncada, o mandatário ratificou que a mudança de geração na ilha estava em marcha. Raúl Castro encabeçou o ato do qual participaram os chefes de Estado do Uruguai, José Mujica; Venezuela, Nicolás Maduro; Bolívia, Evo Morales, e Nicarágua, Daniel Ortega, que elogiaram as conquistas da Revolução Cubana. O presidente cubano, de 82 anos, acrescentou que a geração histórica que liderou esse processo vai cedendo lugar aos novos com tranquilidade e confiança, após recordar que mais de 70% dos cubanos nasceram depois do triunfo, em 1959, da revolução que encabeçou seu irmão Fidel, lembrado por ele no discurso.
O assalto fracassou, a maioria dos quase 80 jovens atacantes foram mortos e Fidel (aí com 26 anos) foi condenado a 15 anos de prisão (Foto: Télam/Página/12)




“Passaram-se os anos, mas esta continua sendo uma revolução de jovens como o éramos em 26 de julho de 1953”, frisou Castro na cidade de Santiago de Cuba, onde teve lugar o ato central para comemorar a emblemática data  no calendário político cubano. A tentativa de tomada do quartel de Moncada foi uma operação pré-revolucionária que, ainda que fracassada, é considerada o primeiro passo da luta contra a ditadura de Fulgencio Batista e semente do posterior triunfo dos “barbudos” que chegaram ao poder com Fidel Castro na cabeça.

“Está em marcha o processo de transferência paulatina e ordenada às novas gerações das principais responsabilidades de direção na nação”, sustentou o presidente cubano. No seu discurso, Castro aproveitou para render homenagem ao seu irmão e líder da revolução, que apesar de sua ausência no ato – com estado de saúde delicado aos seus 86 anos – se converteu em protagonista da celebração. “O inarredável otimismo de Fidel, junto com o povo cubano, capaz de resistir a tanto sacrifício e verdadeiro protagonista desta epopeia, nos deu a vitória, e colocou nossa pequena ilha no mapa mundi como um baluarte da justiça social e do respeito à dignidade humana”, assinalou o presidente. Também repetiu no seu discurso as palavras que pronunciou seu irmão Fidel em abril de 1961, na ante-sala da invasão da Baía de Cochinos (invasão patrocinada pelo império estadunidense e derrotada pelos cubanos): “Esta continuará  sendo a revolução socialista dos humildes, pelos humildes e para os humildes”.

Para continuar lendo em espanhol:

Observação do Evidentemente: Contam que o pai de Fidel e Raúl, fazendeiro de nome Ángel Castro Argiz lá da banda oriental da ilha (onde fica Santiago de Cuba), ao ouvir pelo rádio a notícia da tentativa de tomada do quartel de Moncada por um grupo de jovens em 26 de julho de 1953, teria comentado mais ou menos assim: não sei bem o porquê, mas desconfio que meus filhos estão metidos nisso. Acertou em cheio.

Aliás, depois do triunfo da revolução, em 1959, ele terminou perdendo suas terras em decorrência da reforma agrária decretada pelo filho mais velho, que em 1953 era um jovem advogado de 26 anos. Foi condenado a 15 anos de prisão, mas ficou na cadeia apenas dois anos, foi anistiado. No julgamento fez sua própria defesa, que ficou célebre sob o título: “A história me absolverá”.

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