"Continuam em Havana conversas de paz para Colômbia", diz o título da matéria abaixo, reproduzida da Agência Prensa Latina. O título e o destaque acima são deste blog |
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Havana, 29 julho - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e o Governo desse país sul-americano continuam hoje em Cuba as conversas de paz, com o tema da participação política no centro do debate. Ambas partes iniciaram ontem um novo ciclo de conversas no Palácio de Convenções da capital, com Cuba e Noruega no papel de garantes, e a Venezuela e Chile como acompanhantes. Pouco antes de começar outra jornada de diálogo, as FARC-EP afirmaram ontem que o governo colombiano não está interessado em defender o camponês pobre, mas os direitos do capital. Em um comunicado lido pelo membro da delegação guerrilheira Andrés Paris, a insurgência afirmou que essa realidade se deduz do "tratamento infame" aos justos protestos dos moradores do Catatumbo, nessa nação sul-americana. A equipe da guerrilha considerou que "a inadiável reforma agrária junto ao anseio de paz não pode ficar reduzida a uma piada de poderosos grupos econômicos, banqueiros e proprietários de empórios do açúcar". Ao relatar pedaços do acordo parcial sobre o tema da terra, assinado no final de maio entre ambas partes, as FARC-EP argumentaram que "é hora de começar a cumprir e deixar de reprimir". Camponeses da região do Catatumbo ao norte estão protestando - e foram reprimidos pela força pública colombiana - para exigir melhores condições de vida em uma região abandonada pelo Estado durante mais de sete décadas. Por sua vez, Humberto de la Calle, chefe da delegação do Governo às mesas, reiterou que os acordos para o âmbito agrário superam a visão de uma reforma agrária e pretendem criar transformações reais para fechar a brecha entre o país rural e o urbano. Disso se trata exatamente: de transformar a realidade de nosso campo uma vez que chegarmos a um acordo para o fim da guerra, enfatizou. Sobre o ciclo que começa, que se dedicará ao segundo ponto da agenda, disse que está destinado a promover acordos sobre a participação da guerrilha desarmada na política. Segundo De la Calle, a insurgência "deverá responder por tudo que aconteceu durante o conflito", e que, se chegarem a um acordo final, "poderão fazer política, sem armas, em democracia, uma vez que estiverem desmobilizados". De la Calle disse novamente que as conversas são realizadas no meio do conflito e não há cessar fogo; e que quando a discussão dos temas da agenda estiver concluída e exista um acordo geral, este será submetido à referendo dos colombianos. A agenda inclui outros temas como a atenção às vítimas, o problema do narcotráfico e o fim do conflito armado. |
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