Nicolás Maduro na Universidade de Brasília com Daniel Iliescu (UNE), João Pedro Stédile (MST) e Maximilien Arveláiz (embaixador venezuelano no Brasil) (Foto: Prensa Miraflores) |
Por Agência Venezuelana
de Notícias (AVN) e Venezuelana de
Televisão (VTV) – reproduzido do portal Aporrea.org, de 10/05/2013
Caracas - O presidente da República,
Nicolás Maduro, ressaltou na noite da quinta-feira, dia 9, o papel fundamental
que jogam os movimentos sociais e de esquerda na América Latina, como garantia
do rumo progressista e de justiça que os processos democráticos propiciam na
região.
Maduro, que manteve um encontro com movimentos
sociais do Brasil no Memorial Darcy Ribeiro, localizado no campus da
Universidade de Brasília, assinalou que reafirmar e consolidar estas organizações
é honrar o legado do comandante e líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez
Frías, que "foi um grande democrata, latino-americanista bolivariano e
defensor da união".
"Revestir de poder moral, político,
organizativo os movimentos sociais é a maior garantia de que os processos
democráticos de nossos países continuarão seu caminho progressista, igualitário
e de justiça", disse. Sublinhou que com estas condições os países latino-americanos
serão "invencíveis" diante dos ataques dos impérios do mundo.
Expressou que na bandeira do socialismo do século 21, o povo pode encontrar o
futuro das gerações, pois é um socialismo "democrático, indo-americano,
cristão, bolivariano, libertador e integrador".
Nesta luta são importantes os ensinamentos de
estudiosos como Darcy Ribeiro, que é considerado um dos educadores e
antropólogos brasileiros de maior renome no mundo por sua contribuição à defesa
da causa indígena. "Homens como Ribeiro são capazes de reformar a cultura e
a consciência de sua época e deixar uma obra e um legado", expressou
Maduro.
O presidente finalizou na quinta-feira no Brasil seu
giro pelos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que iniciou na
terça-feira, dia 7 (com a visita ao Uruguai e continuou no dia seguinte na
Argentina).
Os presidentes Maduro e Dilma no Palácio do Planalto: acordos de cooperação nas áreas industrial e militar (Foto: Prensa Miraflores) |
Como parte desta visita, Brasília e Caracas acordaram
consolidar a revolução agro-alimentar da Venezuela, assim como impulsionar também
projetos dentro da indústria petrolífera nacional.
A esquerda: Motor de transformação
Os governos de esquerda da América Latina impulsionaram
a transformação econômica e social da região, manifestou o chefe de Estado
venezuelano, acrescentando que ao longo dos anos foram alcançadas grandes conquistas
na economia, na superação da pobreza e da miséria e na independência dos países
latino-americanos.
Afirmou que a resistência cultural e a luta de ideias
na região sul-americana "valeram a pena", pois "nessa diversidade
fazemos um bonito arco-íris, de força, que hoje marca o destino desta América
Latina".
"A esquerda latino-americana, o progressismo e
os movimentos revolucionários latino-americanos têm suas raízes profundas nos
grandes pensadores, nos movimentos sociais que resistiram durante anos",
expressou.
Em prol da manutenção da unidade da região, Maduro
chamou a transformar o Mercosul, cuja presidência a Venezuela assumirá no
próximo 28 de junho, "numa identidade do povo, uma oportunidade de desenvolvimento
dos nosso povo, de integração econômica, energética, estrutural de nossos
países".
Indicou que a participação da Venezuela no bloco
regional busca fortalecê-lo, ampliá-lo e convertê-lo num “grande motor e ímã da
união econômica do novo desenvolvimento da América Latina, para que transcenda e
se converta numa grande zona econômica".
Aprofundar
a integração
O presidente venezuelano também ratificou a disposição
do Governo Nacional para afiançar os projetos legados por Chávez, para a união
dos povos.
Precisou que a partir do Mercosul será discutida a
consolidação do Sistema Único de Compensação Regional (Sucre), como alternativa
monetária na região, cuja finalidade é a compra e venda de produtos entre os
países membros da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba).
Imagens de Maduro e representantes de movimentos sociais no Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (Fotos: AVN e VTV) |
Também manifestou que a organização institucional e
financeira do Banco do Sul está em fase de conclusão e nos próximos dias será
convocado um Conselho de Ministros para abordar a instalação do organismo, cuja
sede principal será em Caracas.
Informou ainda que em Caracas será instalada a Escola
de Formação de Dirigentes e Quadros dos movimentos sociais da Alba, e se estudam
a formação da equipe de direção e os programas de estudo.
De acordo com Maduro, esta escola "deve ser um
centro de estudo, de investigação do fenômeno, de criação de projetos, de
unificação de programas de estudo, porque a formação ideológica, política,
programática, filosófica dos dirigentes dos movimentos sociais é o que garante
a vida e a qualidade do trabalho das forças políticas".
Adiantou que levará a proposta dum Fundo Igualitário
na luta contra a pobreza para ser discutida na Organização dos Países Exportadores
de Petróleo (OPEP). (A criação do fundo foi proposta por João Pedro Stédile, do
MST, durante o encontro). "Nos comprometemos a fazer uma proposta séria e
levá-la à OPEP e que comece um processo de avaliação para buscar sua viabilização",
disse.
O mandatário venezuelano se comprometeu também a defender
o rumo do Mercosul, a Alba, Petrocaribe e a Comunidade de Estados Latino-americanos
e Caribenhos (Celac).
Revolução
no poder
Durante o encontro com movimentos sociais do Brasil, o presidente Nicolás Maduro destacou o caráter popular da revolução bolivariana gestada na Venezuela.
"Não somos simplesmente um governo, somos uma
revolução popular no poder que está transformando uma sociedade. Somos um furacão
andando, construindo um mundo novo. Somos um país democrático, legítimo e popular que fez
o milagre de criar uma sociedade, um país independente, com o gênio e a liderança
de Hugo Chávez", enfatizou.
Nesse sentido, mencionou que a Venezuela logrou uma
vitória histórica em 14 de abril último, quando se efetuaram as eleições
presidenciais, que foram defendidas em paz.
"Nosso povo se posicionou e se pôs de pé
diante da ameaça, das mentiras e da guerra elétrica (sabotagem na rede elétrica
do país) da direita venezuelana. Nosso povo teve uma vitória heróica, soube defender
em paz, com ideias e constitucionalmente. Nós derrotamos os planos
desestabilizadores da direita", expressou o mandatário.
O chefe de Estado assinalou que o povo segue "o
caminho que traçou Bolívar, o da pátria grande, o caminho da América do Sul
unida e libertada, o caminho do poder para o povo, com o debate de ideias,
organizada, fora da dependência, do colonialismo e da pobreza".
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