Lula, o vilão número um segundo a direita, é também criticado pela esquerda (Foto: Internet) |
O ex-presidente da República criou um discurso e um comportamento político capaz de, mesmo em situações polarizadas, contentar lados opostos, sem se vincular claramente a nenhum deles. Diante de opções difíceis a saída é não optar. Não se trata de hesitação. É tática pensada e sofisticada.
Por Gilberto Maringoni, no portal Carta Maior, de 15/05/2013
Quem se espanta com a incorporação do vice-governador paulista Guilherme
Afif Domingos à administração Dilma Rousseff, achando que o político
oriundo do malufismo e aliado histórico dos PSDB seria um corpo estranho
na seara petista, deve ficar mais atento ao funcionamento do chamado
lulismo.
Não se trata apenas de uma manobra de ocasião para compor maiorias parlamentares e estreitar o espaço da oposição nas eleições de 2014. Estamos diante de uma sofisticada tática política, capaz de contentar aliados à esquerda e à direita e de se colocar como esquerda e direita ao mesmo tempo, sem assumir claramente nenhum dos lados.
Não se trata apenas de uma manobra de ocasião para compor maiorias parlamentares e estreitar o espaço da oposição nas eleições de 2014. Estamos diante de uma sofisticada tática política, capaz de contentar aliados à esquerda e à direita e de se colocar como esquerda e direita ao mesmo tempo, sem assumir claramente nenhum dos lados.
(...)
Cabe tudo
Repetindo: a justiça social lulista se faz via
mercado, via crédito e aumento da massa salarial que dependem de
cenários de crescimento econômico.
Para esse tipo de modelo, não é necessário uma nova repartição de renda e da riqueza social. O discurso político para essa situação não deve incentivar o confronto e a luta de classes, pois não é um discurso mudancista. É o discurso que exalta ganhos, ao mesmo tempo em que mostra o valor da estabilidade. Aliás, é a apologia da estabilidade que possibilita ganhos.
Cabe tudo nessa formulação, desde avaliações incompreensíveis sobre o período mais pesado da ditadura até o líder do movimento das pequenas e médias empresas.
É uma fala marcadamente ambígua, sofisticada e, sobretudo, conservadora.
Para esse tipo de modelo, não é necessário uma nova repartição de renda e da riqueza social. O discurso político para essa situação não deve incentivar o confronto e a luta de classes, pois não é um discurso mudancista. É o discurso que exalta ganhos, ao mesmo tempo em que mostra o valor da estabilidade. Aliás, é a apologia da estabilidade que possibilita ganhos.
Cabe tudo nessa formulação, desde avaliações incompreensíveis sobre o período mais pesado da ditadura até o líder do movimento das pequenas e médias empresas.
É uma fala marcadamente ambígua, sofisticada e, sobretudo, conservadora.
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