ÍNDIOS VOLTAM A INVADIR CANTEIRO EM HIDRELÉTRICA BELO MONTE

Um grupo de índios voltou a ocupar, na madrugada da segunda-feira, dia 27, um dos três canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (Foto: Correio do Brasil)

Por Correio do Brasil, de 27/05/2013

Um grupo de índios voltou a ocupar, na madrugada da segunda-feira, dia 27, um dos três canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. É a segunda ação indígena, só este mês, que tem por finalidade obrigar o Consórcio Construtor Belo Monte a paralisar os trabalhos no Sítio Belo Monte  um dos três grandes canteiros do empreendimento, localizado a 55 quilômetros de Altamira (PA). Os trabalhos foram suspensos por uma questão de segurança. Os índios alegam que não foram ouvidos no processo.

Segundo a assessoria do consórcio, o grupo é formado por cerca de 100 índios que chegaram ao canteiro por volta das 4h. Eles tomaram o escritório central, mas nenhum ato de violência contra funcionários ou patrimônio foi registrado até o momento. No local, apenas os serviços essenciais estão sendo feitos. Nos outros dois canteiros, Pimental e Canais e Diques, o trabalho continua normalmente. (Para ler mais)

Funai envia procurador federal para negociar com indígenas


Manifestantes afirmam que não desocuparão o canteiro, mesmo após decisão judicial


Por Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente, de 29/05/2013


A Fundação Nacional do Índio disse à Agência CanalEnergia que enviou um procurador federal ligado ao órgão para negociar com os indígenas que ocupam o canteiro de obras da hidrelétrica Belo Monte (PA, 11.233 MW) desde segunda-feira, 27 de maio. Na última terça-feira, 28, a Justiça Federal de Altamira determinou a reintegração de posse do canteiro à Norte Energia e deu um prazo de 24 horas para que os cerca de 140 manifestantes saiam de forma pacífica e voluntária. O prazo termina no início da tarde desta quarta-feira, 29.

No blog oficial da ocupação de Belo Monte, os indígenas afirmaram que não sairão do canteiro, mesmo com a decisão judicial. "Existe uma decisão da Justiça e nós decidimos ficar. A ocupação continua", dizem. Eles sustentam que povos indígenas e comunidades tradicionais afetadas pela hidrelétrica nunca foram consultados, conforme a Constituição Federal e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, para que pudessem dizer se querem ou não o empreendimento. Segundo os indígenas, o mesmo ocorre nos rios Tapajós e Teles Pires. Por essa razão, decidiram unificar as lutas contra as hidrelétricas na Amazônia como forma de serem ouvidos.

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