EQUADOR: LEI DA COMUNICAÇÃO É PRIORIDADE DO NOVO CONGRESSO



Gabriela Rivadeneira é a nova presidenta do Congresso Nacional do Equador (Foto: EFE/Página/12)

Três mulheres do partido governista Aliança País presidem o novo Legislativo equatoriano: dois projetos travados na legislatura anterior serão prioridades do Congresso integrado por 100 deputados governistas (dum total de 137): a Lei da Comunicação e o Código Penal.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje (dia 15), com o título “Um Congresso com maioria para Correa”. O título acima é deste blog.

Os novos integrantes da Assembleia (Congresso) Nacional do Equador, saídos das eleições de fevereiro, assumiram ontem (dia 14) seus mandatos até 2017 e elegeram uma mesa dirigente integrada por três mulheres. Cem dos 137 deputados pertencem ao partido Aliança País, liderado pelo chefe de Estado, Rafael Correa. É a primeira vez na história recente do Equador que uma força política tem uma maioria qualificada que lhe permite até reformar a Constituição. Correa e seu partido consideram que o primeiro ponto a ser tratado pelo Legislativo é o Código Penal Integral, a fim de contar com melhores mecanismos para lutar contra a delinquência. A outra iniciativa prioritária para a maioria governista será a Lei da Comunicação, que o Executivo defende e a oposição considera uma tentativa de controlar a imprensa.


Três mulheres da Aliança País foram escolhidas para dirigir o Congresso. Gabriela Rivadeneira foi confirmada como presidenta da Assembleia com 107 votos dentre os 137 parlamentares; enquanto que Rosana Alvarado e Marcela Aguiñaga foram eleitas como primeira e segunda vice-presidentas, respectivamente, com 108 votos cada uma. “Hoje (ontem) inauguramos uma nova etapa na história do Equador. Uma etapa que se iniciou em 17 de fevereiro de 2013, dia em que o povo equatoriano decidiu ratificar nas urnas a Revolução Cidadã como projeto nacional (...). Hoje, a história nos pede para ser uma Assembleia que esteja disposta a ser exemplo de retidão”, declarou Rivadeneira em seu discurso inaugural.


O governo aproveitará a maioria para passar reformas importantes. Por um lado, a Lei da Comunicação será uma prioridade para a nova assembleia. Rivadeneira disse ao canal oficial de TV O Cidadão que se buscarão mecanismos para que sejam acolhidas as opiniões dos novos integrantes do Legislativo. “Temos uma justificativa, que é justamente o momento de transição. Nós queremos que todos os parlamentares, os 137 parlamentares, votemos com conhecimento de causa”, assinalou a mulher de apenas 29 anos. Este projeto de lei, que entrou na Assembleia em setembro de 2009, propõe que as frequências do espectro radioelétrico destinadas ao funcionamento de estações de televisão e rádio sejam distribuídas de maneira equitativa: 33% para os meios de comunicação públicos, 33% para os meios privados e 34% para os meios comunitários. Por enquanto esta distribuição é 85,5% das frequências privadas, 13,9% públicas e 1,6% comunitárias. Correa sustenta que a proposta busca uma imprensa livre e independente, que informe e comunique, não que defenda interesses privados.


O que a oposição critica é a criação dum organismo de regulação que controlará a emissão de conteúdos discriminatórios, sexuais e violentos, mas também a redistribuição das frequências. Esta lei já cumpriu todas as instâncias legislativas, só falta a votação. Por isso a proposta de lei faz parte dos projetos que o governo quer aprovar num período de cem dias.


Por outro lado, está a reforma do Código Penal Integral que esteve bloqueada no Legislativo. A proposta contém mais de 800 ítens e trata temas como o feminicídio, que será considerado como um delito, e a prisão de empresários que não registrem seus trabalhadores no sistema de Seguridade Social.


Lei dos Meios também no Uruguai

(Notinha também do diário Página/12, de 14/05/2013)

O Congresso do Uruguai receberá nos próximos dias o projeto duma nova lei dos meios de comunicação elaborado pelo Poder Executivo, informou na segunda-feira (dia 13) o secretário da Presidência, Homero Guerrero. Se soube que, como na Argentina, a nova proposta de legislação não se refere aos conteúdos, e sim à democratização e exploração das ondas, que pertencem ao Estado, mas que são manejadas como propriedades privadas. O projeto teria 185 artigos, que não foram divulgados porque nas esferas governamentais se considera um tema delicado que mexe com interesses de setores econômicos muito influentes.

Tradução: Jadson Oliveira

Comentários