DESPEJADOS NA ESPANHA: "EU SÓ PEÇO QUE ME MANDEM PARA CUBA" (vídeo)

A crise do capitalismo e as políticas de austeridade fazem estragos na Europa (Foto: Cubasi.cu)


Por Cubasi.cu, de 10/05/2013 (traduzido do portal Aporrea.org)

 

Gilberto Martínez, de 50 anos, jamais pensou que na terra prometida -  pensava que era Espanha -, não encontraria trabalho e que a Políca Nacional o expulsaria de sua casa. E na terça-feira, dia 7, viveu o pior dia de sua vida...



Gilberto Martínez, de 50 anos, jamais pensou que na terra prometida - pensava que era Espanha -, não encontraria tralhado e que a Polícia Nacional o expulsaria de sua casa. E na terça-feira, dia 7, viveu o pior dia de sua vida, ao ser despejado da casa em que vivia com sua mulher, Ismara Sánchez, de 43 anos, suas duas filhas, uma de 15 e outra de 22, e o menino de 8 anos.

“Quem nos trouxe foi o governo de Zapatero por mediação da Igreja cubana, porque Fidel Castro nos ofereceu vir para a Espanha”, contou Martínez. Segundo explicou, lhes prometeram “uma casa, trabalho e ajudas econômicas durante cinco anos, e agora estou sem nada”. O exilado cubano confirmou que recebia uma ajuda de 400 euros mensais da Cruz Vermelha para pagar o aluguel, e outros 595 euros do governo para comprar comida e pagar gastos.


“Agora não temos ajuda de nenhum tipo, se me dissessem em Cuba o que se passava na Espanha eu teria ficado lá”, disse o pai despejado, que está há dois anos e dois meses na Espanha sem encontrar trabalho. “Eu só peço agora que me mandem para Cuba”, pedia entre soluços. O pai de família concluiu: “Nos trouxeram enganados, estamos na rua, fomos dum lugar para outro e a única coisa clara é que os políticos nos enrolam, e não resolvem nada”.


A família de Martínez recebeu ajudas por parte do governo, da Cruz Vermelha e inclusive da Cáritas. Fontes do bispado em Alicante explicaram que a família recebeu comida, produtos de limpeza e algum dinheiro para gastos, “mas casas para eles não temos”, admitiram. A mãe, Ismara Sánchez, lamentou que não tem nenhum parente nem amigo que possa lhes dar alojamento a partir de agora, e lembrou que na sexta-feira passada os responsáveis pelo Patronato Municipal da Moradia lhes disseram que “alguém da Cáritas” os chamaria, e “ainda não tivemos nenhuma notícia”.


Junto deles estava outro amigo cubano, Juan Francisco Marimón, que chegou à Espanha também graças a esse acordo de colaboração entre a Igreja de Cuba e o governo de José Rodríguez Zapatero, que permitiu acolher 115 presos políticos e 650 familiares. Em Alicante acolheram cinco famílias, entre elas a de Marimón, que lembra que estava condenado a sete anos e meio de prisão pelo regime cubano. “Nos valemos dum fundo europeo para refugiados políticos, autorizado por Genebra, entre nós também havia alguns protegidos internacionais, mas quando o PP chegou ao poder nos tiraram todas as ajudas”, denunciou este cubano que se sente “desassistido”.


A partir da chegada do PP ao poder, assegurou que concederam somente 1.000 euros para seis meses. “Foram nos despejando porque acabaram com as ajudas e assim ninguém vive”, relatou o refugiado. Segundo as famílias, alguns foram para os Estados Unidos. “Nós não queremos ir, temos avós aqui, conhecemos a língua, estamos à vontade, não há violência nas ruas, mas o problema é que o ministro das Relações Exteriores, José Manuel García Margallo, estragou tudo e nos deixou sem ajuda”, concluiu Marimón.

Observação do Evidentemente:

Segundo matéria do jornal argentino Página/12, na edição do último dia 11, citando como fonte um levantamento do Banco da Espanha sobre os despejos, no ano passado houve mais de 39.100 procedimentos de execução hipotecária no país, dos quais 32.490 corresponderam a despejos de moradias habituais.

(Clicar aqui para ver o vídeo de 2 minutos)

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