Fernando Lugo (candidato ao Senado) e Aníbal Carrillo (candidato a presidente), ambos da Frente Guasú: as forças mais à esquerda se dividiram |
De Salvador (Bahia) - Neste
domingo, dia 21, os paraguaios elegerão novo presidente da República. Os
favoritos, segundo as pesquisas, são o empresário Horacio Cartes, pelo velho e
forte Partido Colorado, e Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico,
que tem o apoio de Federico Franco, o presidente golpista que ajudou a derrubar Fernando Lugo há 10 meses. Quer dizer, se não
houver surpresa, a direita deve vencer, na contramão da maioria dos governos
chamados progressistas da América do Sul.
Em matéria
postada neste blog no último dia 3, assinada por Martín Granovsky, do jornal
argentino Página/12 (edição de 31/03/2013), sob o título “Eleições 2013/2014:
com exceção do Paraguai, uma sintonia sul-americana”, era dito: “Salvo no caso
do Paraguai, o cenário mais provável na América do Sul é um reforço da sintonia
entre os processos de reforma que cada país empreende a seu modo e com seus
ritmos”. Transcrevo a parte que nos interessa hoje:
O Paraguai
do passado
“O Paraguai poderá ser a grande exceção política do Cone Sul. Após o derrocamento de Fernando Lugo em 2012, as eleições se celebrarão no próximo 21 de abril (neste domingo, portanto). Os colorados, a força mais influente, apresentarão como candidato Horacio Cartes. A Frente Guasú de Lugo irá com Aníbal Carrillo na cabeça. Se afastou um setor importante, o do jornalista Mario Ferreiro. A divisão da centro-esquerda deixa como principal desafiante Efraín Alegre, do Partido Blanco.
De 56 anos, Cartes está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Grande empresário de bebidas e cigarro, o ex-ministro do Interior Carlos Filizzola disse sobre ele: “Seu triunfo significaria o regresso ao país do passado, o país das más notícias, à época quando se mencionava o Paraguai vinculava-o com o narcotráfico, a lavagem de dinheiro, a pirataria, esse país desacreditado e isolado internacionalmente”. Filizzola explicou as dificuldades para combater o narcotráfico no Paraguai inclusive quando, como aconteceu no governo de Lugo, o Estado tem a intenção de fazê-lo. Numa entrevista concedida em 2011 à agência Nova Paraguai, Filizzola disse que em seu país “os poderes públicos estiveram historicamente corroídos fortemente pelo narcotráfico”. Explicou a origem: “Isto vem da ditadura, quando importantes políticos do regime stronista (do ditador Alfredo Stroessner) protegiam o trânsito de cocaína. Me refiro pontualmente a pistas clandestinas e outras coisas. Isso continua, talvez duma maneira menos visível. Se a gente olha as estatísticas de apreensão de cocaína e maconha são irrisórias para um país onde se estima a circulação de 60 a 70 toneladas de cocaína por ano”. Filizzola se queixava então de que “em zona de fronteiras é muito difícil encontrar juízes que condenem narcotraficantes” e confessou que durante sua gestão “tivemos problemas imensos com relação a casos vinculados com narcotraficantes”.
“O Paraguai poderá ser a grande exceção política do Cone Sul. Após o derrocamento de Fernando Lugo em 2012, as eleições se celebrarão no próximo 21 de abril (neste domingo, portanto). Os colorados, a força mais influente, apresentarão como candidato Horacio Cartes. A Frente Guasú de Lugo irá com Aníbal Carrillo na cabeça. Se afastou um setor importante, o do jornalista Mario Ferreiro. A divisão da centro-esquerda deixa como principal desafiante Efraín Alegre, do Partido Blanco.
De 56 anos, Cartes está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Grande empresário de bebidas e cigarro, o ex-ministro do Interior Carlos Filizzola disse sobre ele: “Seu triunfo significaria o regresso ao país do passado, o país das más notícias, à época quando se mencionava o Paraguai vinculava-o com o narcotráfico, a lavagem de dinheiro, a pirataria, esse país desacreditado e isolado internacionalmente”. Filizzola explicou as dificuldades para combater o narcotráfico no Paraguai inclusive quando, como aconteceu no governo de Lugo, o Estado tem a intenção de fazê-lo. Numa entrevista concedida em 2011 à agência Nova Paraguai, Filizzola disse que em seu país “os poderes públicos estiveram historicamente corroídos fortemente pelo narcotráfico”. Explicou a origem: “Isto vem da ditadura, quando importantes políticos do regime stronista (do ditador Alfredo Stroessner) protegiam o trânsito de cocaína. Me refiro pontualmente a pistas clandestinas e outras coisas. Isso continua, talvez duma maneira menos visível. Se a gente olha as estatísticas de apreensão de cocaína e maconha são irrisórias para um país onde se estima a circulação de 60 a 70 toneladas de cocaína por ano”. Filizzola se queixava então de que “em zona de fronteiras é muito difícil encontrar juízes que condenem narcotraficantes” e confessou que durante sua gestão “tivemos problemas imensos com relação a casos vinculados com narcotraficantes”.
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