A NOVA ESTRATÉGIA “BRANDA” DE DESESTABILIZAÇÃO POLÍTICA



Homem ferido na cidade de Ojeda (estado de Zulia), vítima de grupos violentos após protestos convocados pelo candidato derrotado na Venezuela. Saldo: oito mortos, 70 feridos, 135 detidos, danificadas várias sedes de centros de saúde, mercados populares e do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) (Foto: Pedro Carvajalim/Aporrea.org)
Por Atilio A. Boron, cientista político e sociólogo argentino (que se diz “latino-americano por convicção”), no seu blog, de 18/04/2013

Oi todas e todos! Como recordarão, há dias que a propósito da estratégia de Capriles e seus mandantes na Venezuela (a Casa Branca e o aparato político, militar e ideológico do império), disse que o derrotado candidato da direita estava seguindo ao pé da letra o manual do golpismo elaborado pela CIA e seus assessores. O mais importante deles é o professor Gene Sharp, autor de vários textos sobre a matéria, que a opinião gentil e amável da academia o faz aparecer como o "filósofo da não-violência". Na realidade é exatamente o contrário, só que não é um apologista da violência brutal e sim na medida justa e quando é necessária. Sharp promove outro tipo de violência, conhecido como "o poder brando", mas que pode ser tão agressiva como a outra.

A escalada violenta sofrida pela Venezuela e o que poderia ocorrer a partir de hoje (dia 18) na Argentina, com o "cacerolazo" (“panelaço”) planejado para esta data (e que não se pode entender se não é no marco duma estratégia desestabilizadora de alcance mais amplo), aconselham a estudar muito seriamente as propostas de Sharp e seus amigos.

Para começar, compartilho um artigo escrito por Thierry Meyssan em 2005 e que lamentavelmente não teve a repercussão que merecia. Os acontecimentos posteriores na América Latina se encarregaram de demonstrar que os conselhos de Sharp não caíram no vazio: "Mel" Zelaya em Honduras e Fernando Lugo no Paraguai exemplificam o novo tipo de golpe de Estado promovido agora pelos Estados Unidos.

Há gente e organizações sociais e políticas em nossos países que aplicam meticulosamente as técnicas golpistas de Sharp, a quem os agentes do império  têm como um dos seus mais importantes estrategistas nesta nova forma de luta “soft”, sibilina e dissimulada, com a qual os Estados Unidos procuram reconquistar posições na América Latina e no Caribe.  A seguir, o artigo de Meyssan: (quem quiser ler, em espanhol, clicar aqui)

Tradução: Jadson Oliveira

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