Por Atilio A. Boron, cientista político e sociólogo argentino (que se
diz “latino-americano por convicção”), no seu blog, de 18/04/2013
Oi todas e
todos! Como recordarão, há dias que a propósito da estratégia de Capriles e seus
mandantes na Venezuela (a Casa Branca e o aparato político, militar e
ideológico do império), disse que o derrotado candidato da direita estava seguindo
ao pé da letra o manual do golpismo elaborado pela CIA e seus assessores. O mais
importante deles é o professor Gene Sharp, autor de vários textos sobre a matéria,
que a opinião gentil e amável da academia o faz aparecer como o "filósofo
da não-violência". Na realidade é exatamente o contrário, só que não é um
apologista da violência brutal e sim na medida justa e quando é necessária.
Sharp promove outro tipo de violência, conhecido como "o poder brando",
mas que pode ser tão agressiva como a outra.
A escalada
violenta sofrida pela Venezuela e o que poderia ocorrer a partir de hoje (dia
18) na Argentina, com o "cacerolazo" (“panelaço”) planejado para esta
data (e que não se pode entender se não é no marco duma estratégia
desestabilizadora de alcance mais amplo), aconselham a estudar muito seriamente
as propostas de Sharp e seus amigos.
Para começar,
compartilho um artigo escrito por Thierry Meyssan em 2005 e que lamentavelmente
não teve a repercussão que merecia. Os acontecimentos posteriores na América
Latina se encarregaram de demonstrar que os conselhos de Sharp não caíram no
vazio: "Mel" Zelaya em Honduras e Fernando Lugo no Paraguai exemplificam
o novo tipo de golpe de Estado promovido agora pelos Estados Unidos.
Há gente e
organizações sociais e políticas em nossos países que aplicam meticulosamente
as técnicas golpistas de Sharp, a quem os agentes do império têm como um dos seus mais importantes estrategistas
nesta nova forma de luta “soft”, sibilina e dissimulada, com a qual os Estados
Unidos procuram reconquistar posições na América Latina e no Caribe. A seguir,
o artigo de Meyssan: (quem quiser ler, em espanhol, clicar aqui)
Tradução: Jadson Oliveira
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