De Salvador (Bahia) - Uma
bela homenagem dos baianos ao músico e compositor Dominguinhos, considerado uma
espécie de sucessor do grande Luiz Gonzaga, chamado o Rei do Baião: será no
sábado, dia 13, a partir das 14 horas, no restaurante Grande Sertão (Costa
Azul), com o lançamento do CD "A Bahia canta Dominguinhos". (Couvert: R$ 20,00, com direito ao CD).
Texto divulgado pelos organizadores do evento: “Composto de 16 músicas, sendo que 08 (oito) de
autoria de Dominguinhos e parceiros, interpretadas por artistas baianos ou aqui
radicados e 08 (oito) de autorias diversas com a participação do Homenageado. As
canções do CD além de fazerem referência ao grande músico e compositor, também
passeiam pelos diversos gêneros do cancioneiro nordestino: xote, baião,
arrasta-pé, xaxado, marcha, baladas, dentre outros, bem como uma poética que
envolve vários temas. Dominguinhos é uma referência viva do autêntico forró
nordestino, discípulo do Rei do Baião Luiz Gonzaga”.
Informações deste blog:
A homenagem a Dominguinhos – nome completo: José Domingos de Morais – não tem
nada a ver com os problemas de saúde ora enfrentados pelo renomado artista
brasileiro. Conforme podemos ver no artigo postado logo abaixo, os preparativos
para o evento começaram há cerca de 10 meses.
Segundo noticiário da imprensa, ele está internado desde 17 de dezembro
último no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Está em coma, conforme
informações médicas, irreversível. Dominguinhos completou em fevereiro 72 anos
e vinha se tratando de câncer no pulmão. É pernambucano, nascido em Garanhuns.
O cantor e compositor baiano Gilton Della Cella (aí na capa de seu
último CD, em foto de Smitson Oliveira, de Seabra-Bahia) é um dos coordenadores
da homenagem, conforme está dito também no artigo abaixo. Ele interpreta uma
das músicas do CD: “Vou voltar”, parceria de Dominguinhos com Climério.
Lançamento do CD “A BAHIA CANTA
DOMINGUINHOS”
Por Marcos Barreto (foto), engenheiro civil,
parceiro/letrista e amigo de Dominguinhos (é parceiro do homenageado na música “Gavião
Penerador”, interpretada no CD por Marcelo Nunes)
Acredito
que todos nós, admiradores e apreciadores da arte e da música do mestre
Dominguinhos, temos uma identidade muito forte com este sanfoneiro, que se
traduz num sentimento de amizade, de afeto e de muito respeito à sua pessoa.
Estes sentimentos decorrem basicamente daquilo que ele sempre semeou em sua
longa estrada. O seu jeito simples de ser, de viver sem vaidade, de não posar
como estrela, de estar sempre próximo e disposto a ajudar a quem quer que seja
no difícil e árduo começo de carreira. Aqui na Bahia, presenciei diversas cenas
em que o mestre passava uma tarde inteira no estúdio ensaiando e gravando para
impulsionar o CD de um colega que tentava despontar na mídia.
A
minha amizade com Seu Domingos nasceu em meados de 1984, por ocasião de um show
em que ele se apresentava junto com o Rei do Baião Luiz Gonzaga, aqui em
Salvador. Eu já conhecia Seu Luiz pelo fato de sermos vizinhos, pois sou de
Crato, cidade que faz fronteira com a sua Exu. O fato de termos amizades comuns
me fez chegar próximo a Seu Luiz quando eu ainda era menino. E foi Seu Luiz que
me apresentou a Dominguinhos naquela noite memorável, atendendo a um pedido
meu. Daí por diante, eu procurei fazer a minha parte, regando e cultivando com
muito orgulho aquela relação que acabara de nascer.
Em
meu mais recente encontro com o mestre, ocorrido em junho passado na cidade de
Entre Rios, na Bahia, após horas de boa prosa, voltei para Salvador pensando na
grandeza daquele músico que sempre insistiu em se mostrar pequeno, abusando de
sua simplicidade. Pensei no que Dominguinhos representa para a nossa música e
para a Bahia, lugar onde sempre cantou e onde ele possui tantos amigos e
admiradores, dentre os quais me incluo com muita honra.
Na
manhã do dia seguinte, fui ao encontro dos amigos Marcelo Nunes e Gilton Della
Cella, ambos cantores e compositores, para quem falei do encontro que tivera no
dia anterior com Dominguinhos e da possibilidade, ou talvez, da necessidade de
fazermos um trabalho sério e que expressasse uma merecida homenagem da Bahia a
este grande nome da nossa música, em especial, do nosso verdadeiro forró. Citei
o exemplo do que ocorreu no estado de Pernambuco, onde uma coletânea havia sido
recentemente lançada como tributo a Dominguinhos. Lá foi uma caixa com três
CDs. Imaginei que com apenas um CD bem elaborado conseguiríamos o mesmo intento
e que a nossa homenagem atingiria a mesma magnitude. A ideia foi bem aceita e
logo partimos para as primeiras providências. Na mesma semana, eu já estava
falando com Dominguinhos sobre o nosso plano. Ele deu carta branca ao nosso
projeto e nem mesmo quis sugerir o repertório. Pediu para que eu escolhesse as
músicas que completariam o CD, já que algumas outras haviam sido gravadas
anteriormente por músicos locais com sua participação. Além disso, garantiu-me
desde aquele momento a liberação de todos seus direitos em cada música a ser
escolhida, cabendo a nós buscar a liberação dos parceiros envolvidos. Feita a
seleção das músicas, pedi novamente ao mestre os contatos de cada parceiro seu
para negociação dos direitos da obra. Esta parte mais trabalhosa ficou a cargo
do amigo Gilton Della Cella. Foi ele que contatou cada parceiro e que conseguiu
a liberação do que faltava. As fases seguintes do projeto, inclusive o processo
de escolha dos músicos participantes e as gravações em Studio, continuaram sob
a coordenação de Gilton.
Quero
ressaltar a minha grande satisfação em poder contribuir para a realização deste
trabalho e dizer do imprescindível apoio que tivemos por parte de Dominguinhos,
que prontamente aceitou nossa proposta, liberou seus direitos autorais, indicou
o contato dos parceiros e ainda nos deu total liberdade para escolha do
repertório.
Ao
mestre da sanfona, Dominguinhos, o nosso mais sincero agradecimento. Receba
este nosso trabalho como uma homenagem dos baianos. Sabemos que aqui também é o
seu lugar. Aqui viveram e vivem muitos amigos, parceiros e companheiros de
estrada. Aqui também viveu seu irmão Morais, músico por demais conhecido das
noites e boemias. Por tudo isso, agora, mais que nunca, A BAHIA CANTA
DOMINGUINHOS.
(Artigo divulgado pelos organizadores do
evento)
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