Gustavo Pereira: "Uma revolução é cultural ou não é revolução" (Foto: AVN) |
Da Agência
Venezuelana de Notícias/AVN, de 17/03/2013 (matéria reproduzida
parcialmente)
Caracas - Para o poeta
venezuelano Gustavo Pereira, a leitura "é um direito fundamental do povo
equiparável à saúde e à vida". Daí considerar importante que as pessoas
dediquem seu tempo a cultivar este hábito para a formação da consciência.
Assim o assinalou numa entrevista no
programa A Livraria Midiática, transmitido pela Venezuelana de Televisão (VTV –
emissora estatal) este domingo (17/março), da Feira Internacional do Livro
Venezuela (Filven) 2013, que se realiza (realizou) em espaços do Teatro Teresa
Carreño, a Universidade Experimental das Artes (Unearte), Praça dos Museus, em
Los Caobos, setor Bellas Artes, em Caracas.
"As consciências se nutrem ou
se anulam com os fatos culturais; há questões maravilhosas na história do conhecimento,
onde as ciências também são fundamentais. Uma revolução é cultural ou não é
revolução e é um fato que transcorre na diversidade, assim que temos que nos abrir
ao mundo, à humanidade, mas como dizia (José) Martí: nossos livros são primeiro".
Realçou que graças às políticas do
Estado não é desculpa deixar de ler pelo custo dos livros, "os que edita,
por exemplo, o sistema de imprensa do Ministério para a Cultura, estão ao
alcance do público, pois têm exemplares a partir de 2 bolívares (menos de 1
real) e em outros casos edições gratuitas".
Sublinhou que a Filven conta com muitas
editoras de língua castelhana de muitos países, "venham para que o comprovem".
Destacou a presença massiva de pessoas
da capital e de outras partes do país na feira, que culminará em Caracas na noite
de quarta-feira (dia 20/março) e entre abril e novembro percorrerá o resto do
país.
Aos meios de comunicação, Pereira
sugeriu divulgar bons livros para fomentar a leitura com espontaneidade,
"porque a leitura é um prazer".
Na Livraria Midiática o editor literário
Manuel Vadell fez um chamado a governadores e prefeitos para que aumentem o
material literário para teatro.
"Sei que os jovens estão ávidos
de conseguir publicações que tenham relação com seus estudos teatrais. Assim
como considero que se devem criar mais escolas de teatro, como se está fazendo
com a música".
TAREFA,
de Geir Campos
Morder
o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
Geir
Nuffer Campos, poeta brasileiro, nasceu em São José do Calçado (ES) em 1924 e
morreu em Niterói (RJ) em 1999. Foi também professor, jornalista, tradutor e
escritor. (Este belo poema me foi enviado pelo velho companheiro Otto Filgueiras, jornalista baiano há muito pelas terras de São Paulo).
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