Por: Aporrea. org, com vídeo de Luigino Bracci |
O professor venezuelanoVladimir Acosta na inauguração do cinema Aquiles Nazoa, em Caracas, fez uma interessante palestra, na qual, entre outros importantes aspectos, defendeu a crítica e o debate revolucionário para se avançar, Entre outras coisas, afirmou:
"A luta contra o capitalismo é uma luta de milhares de milhões contra uns poucos, eles são poucos mas têm o poder, são uma minoria que controlam os meios de comunicação, as máquinas e o poder político. Não podemos seguir permitindo que essa minoria nos domine, nos imponha sua vontade e seus valores. Para continuar travando essa batalha com mais perspectivas e com mais possibilidades, necessitamos: organização popular, organização revolucionária, consciência clara dos nossos interesses, disposição de lutar e compreensão de que o que se está conquistando tem um alto custo e temos que saber defendê-lo".
Veja o vídeo para escutar toda a intervenção de Vladimir Acosta, que além de política é muito pedagógica e pertinente para o momento político que vivemos. (Traduzido do portal venezuelano Aporrea.org).
Observação do Evidentemente:
"O socialismo por enquanto é só discurso"
Isso aí é das palavras do professor venezuelano. Realmente vale a pena atentar para a palestra, são 45 minutos de muita lucidez (creio que mesmo para quem não tenha hábito de ouvir o espanhol dá pra entender grande parte).
Ele é duro nas suas críticas ao processo revolucionário bolivariano, mas é otimista, fala como companheiro de luta e exalta como fundamental a liderança de Hugo Chávez.
Fundamentalmente, ele defende um "protagonismo ativo" (não passivo) do povo pra construir paulatinamente as "comunas", o alicerce e mola mestra do Poder Popular, na dificílima construção do socialismo, que significa mudar as relações de produção, destruir o capitalismo.
Identifica esse "protagonismo ativo", no decorrer dos 14 anos da presidência de Chávez, apenas no ano de 2002 (na reação do povo contra o golpe de 11 de abril e contra o blecaute petroleiro) e no ano de 2004 (no referendo revogatório, quando Chávez foi confirmado no poder pelo voto popular - é um instrumento previsto na Constituição de 1999, próprio de uma democracia realmente popular e participativa, pelo qual os eleitores podem revogar o mandato concedido ao presidente).
Falando do processo venezuelano, diz que "o socialismo por enquanto é só discurso, o capitalismo está aqui". Diz que não basta o capitalismo de Estado, o Estado de bem-estar social, temos que fazer o socialismo.
Alerta para o perigo da burocracia, da rotina, da corrupção, fala de como operar os meios de comunicação como uma arma revolucionária, destaca a batalha cultural, que sublinha ser "decisiva". E muito mais.
Tem um momento em que ele faz uma crítica bem humorada ao vice-presidente Nicolás Maduro, que estava presente e aplaude sorrindo. Fica difícil compreender, ele fala de "caraquista" e "magallanes": é uma brincadeira relacionada com rivalidade de torcedores de times populares de beisebol, o esporte mais apreciado pelos venezuelanos (futebol fica em segundo lugar).
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