APOIADORES DE CHÁVEZ TOMAM RUAS DE CARACAS NO ANIVERSÁRIO DE LEVANTE CÍVICO-MILITAR

A expressão "por ahora" ("por enquanto") popularizou-se como ícone da revolução porque quando Chávez foi preso, após o levante, pediu pela TV para seus companheiros se entregarem. Disse que, infelizmente, "por enquanto" não foi possível tomar o poder... O "por ahora" ficou famoso: depois que ele tomou o poder pelo voto, em 1998/1999, acrescentaram o "para siempre", como vemos no cartaz de convocação para a manifestação.
Demonstração de apoio acontece quase dois meses após presidente ter sido internado para o tratamento de um câncer

Do portal Opera Mundi, de 04/02/2013



Milhares de venezuelanos saíram às ruas nesta segunda-feira (04/02) pra comemorar os 21 anos do levante cívico-militar contra o ex-presidente do país, Carlos Andrés Pérez, em 4 de fevereiro de 1992. A insurreição, comandada por Hugo Chávez, então tenente-coronel, acabou fracassando, mas catapultou a popularidade do atual presidente venezuelano. (Tal insurreição é referida na imprensa hegemônica da direita como tentativa de golpe militar; a data 4 de fevereiro foi instituída como o Dia da Dignidade Nacional).

A concentração popular teve início no Museu Histórico Militar, no bairro de 23 de Enero, e percorreu diversas avenidas de Caracas. O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia anunciado que a manifestação seria uma “demonstração comovedora de força” da população, solidária ao mandatário, que está na capital cubana, se recuperando de uma quarta cirurgia contra um câncer pélvico.
 

Durante a marcha, os presentes viram o desfile de unidades blindadas utilizadas no levante de 1992, além de um espetáculo com aviões-caça da Força Aérea Nacional Bolivariana. “A luta do 4 de fevereiro ainda não terminou. Hoje estamos obrigados a ser como Chávez (…), como os homens e mulheres que ofereceram sua vida para libertar essa pátria”, afirmou o presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello, vestido com traje militar, em discurso transmitido pela TV.

A data é lembrada na Venezuela como o dia da “Rebelião Patriótica” contra as políticas neoliberais de Andrés Pérez, em cujo governo se aprofundou a desigualdade social e a dependência alimentar do país. O ex-presidente carecia de popularidade desde a repressão – que terminou em massacre - da revolta popular conhecida como “El Caracazo”, em fevereiro de 1989, e uma série de medidas antipopulares.
 

Em 1993, Andrés Pérez sofreu um impeachment, tornando-se o primeiro e único presidente da história da Venezuela a ser impedido de exercer suas funções. Chávez, por sua vez, foi eleito para a Presidência do país em 1998 com 56,2% dos votos.
 

Além da manifestação, o governista PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) convocou para esta segunda-feira um “tuitaço” em solidariedade ao presidente Hugo Chávez, com a hashtag #ChávezPorAhorayParaSiempre. "Há 14 anos o 'Por enquanto' é um Para sempre!", publicou no Twitter a conta do Ministério de Comunicação @Mincioficial.

(Este blog publica logo mais seleção de fotos sobre a manifestação de ontem, 04/fevereiro)

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