CHAVISTAS TOMAM AS RUAS DE CARACAS (vídeo e fotos)


Este vídeo é da Agência AFP (France-Presse) - clique em YouTube para assistir - sobre a enorme manifestação da quarta-feira, de 23, na Venezuela, em comemoração dos 55 anos da queda da última ditadura militar no país (23 de janeiro de 1958). O ditador foi o general Marcos Pérez Jiménez, que ficou 10 anos no poder. Foi denominada "A tomada de Caracas" e o mote principal foi "o povo nunca mais será traído": é que os chavistas argumentam que a ditadura foi derrubada, mas o povo foi traído pelos partidos da burguesia, que governaram durante 40 anos, de 1958 a 1998, quando Hugo Chávez foi eleito presidente, dando início, finalmente, a verdadeira democracia.

Os milhares de venezuelanos, a chamada "maré vermelha" (eles falam em "rojo, rojito" - tradução literal: vermelho, vermelhinho), marcharam a partir de três pontos da capital e se juntaram na "Paróquia 23 de Enero" (23 de Janeiro, nome que homenageia a data de 1958 - "paróquia" em Caracas é como se fosse um bairro, só que muito grande - a cidade de cerca de 3 milhões de habitantes é dividida em 22 "paróquias", cada "paróquia" tem suas "urbanizações", que equivalem ao que chamamos aqui de "bairros"). A "Paróquia 23 de Enero" é particularmente famosa pela sua tradição de combatividade popular - revolucionária, chavista, bolivariana, socialista. Tem uma larga história de participação nas rebeliões e lutas dos caraquenhos, como na derrubada da ditadura (1958), no "Caracazo" (rebelião de Caracas - 1989), no contra-golpe de abril/2002 para repor Chávez na presidência.

No vídeo, o vice-presidente Nicolás Maduro, ao discursar durante a concentração, denuncia que os organismos de inteligência do governo descobriram uma trama da ultra-direita para assassinar ele e Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional. Depois de Chávez, que continua internado num hospital de Havana (Cuba) desde 11 de dezembro, os dois são os principais líderes do chavismo. Maduro, no discurso, refere-se a ele próprio como "autobusero" (motorista de ônibus) e a Cabello como "teniencito" (tenentinho), que são nomes pejorativos usados pela oposição para se referir aos dois (Maduro era realmente motorista de ônibus e foi para a política a partir da militância sindical, enquanto Cabello era tenente do Exército, companheiro de Chávez desde a tentativa do golpe militar - os chavistas chamam "insurreição militar" - de 1992 contra o então presidente Carlos Andrés Pérez.

Vou deixar aqui o link para quem quiser ver outros vídeos da manifestação. O vídeo acima é o último dos vários postados pelo portal venezuelano Aporrea.org, mostrando o noticiário de TV em vários países, como Argentina, Irã, Rússia, México e Colômbia. No da Argentina (o maior, com 8 minutos), há uma reportagem sobre a "paróquia 23 de Enero" (Clicar aqui).

Em seguida uma seleção de fotos da "Tomada de Caracas":
 

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