Nicolás Maduro: "Uma vitória histórica, gigantesca; um presente de amor ao comandante Hugo Chávez" (Foto: AVN) |
De
Salvador (Bahia) – Enquanto o presidente Hugo Chávez tenta se
livrar do câncer e se recupera da quarta cirurgia em Havana (Cuba), seus
seguidores do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) conseguiram neste
domingo, dia 16, uma expressiva vitória nas eleições para governadores dos
estados: elegeram 20 dos 23 governantes, inclusive o de Zulia (Francisco Arias Cárdenas), o
estado mais populoso e mais rico do país, que vem de sucessivos governos da
oposição.
O triunfo chavista só não pode ser classificado de
esmagador porque faltou tomar o estado de Miranda, o segundo mais populoso, que
abrange parte de Caracas, o qual continuará nas mãos da direita: Henrique
Capriles, governador de Miranda que tinha sido derrotado por Chávez no pleito
presidencial de 7 de outubro, conseguiu
se reeleger, superando o candidato socialista Elías Jaua, ex-vice-presidente de
Chávez e ex-ministro da Agricultura. Os outros dois estados ganhos pela
oposição são Lara, que já estava com os oposicionistas, e Amazonas.
Mas o avanço dos chavistas foi indiscutível. Além do
poderoso estado de Zulia (o candidato a presidente derrotado por Chávez em
2006, Manuel Rosales, era governador zuliano), o PSUV tomou mais quatro que são
atualmente governados pela oposição: Carabobo, Nova Esparta, Táchira e Monagas.
Quatro destes cinco estados (fica de fora Monagas) são tidos como estratégicos
devido ao potencial econômico e a localização geográfica, especialmente Zulia,
no noroeste do país, rico em petróleo e que faz fronteira com a Colômbia: seus
governantes vinham sendo apontados pelo governo de Chávez como facilitadores da
entrada de narcotraficantes e paramilitares no território venezuelano.
Ao saudar o triunfo chavista,
Nicolás Maduro, presidente em exercício, disse que "hoje o povo premiou a
verdade, a perseverança, e deu um presente de amor ao comandante Hugo Chávez”.
Em contato telefônico com a estatal Venezuelana de Televisão (VTV), ele
qualificou como "uma vitória histórica, gigantesca", enfatizando ter
ficado demonstrado que “o povo apoia o programa da Pátria, que impulsiona a
Revolução”.
Maduro, que além de vice-presidente
é também chanceler da Venezuela, chamou a atenção para a realidade política que
representa o placar de 20 governadores chavistas contra três opositores (O quadro geral hoje,
antes da posse dos novos eleitos, é 15 governantes chavistas, sete anti-chavistas
e um considerado independente).
Nomes
conhecidos na política nacional estão entre os novos governadores eleitos, como
Aristóbulo Istúriz, no estado de Anzoátegui, no norte do país; ele já foi
ministro da Educação e atualmente é vice-presidente da Assembleia (Congresso)
Nacional. Em Aragua foi eleito Tareck El Aissami, ex-ministro do Interior e
Justiça. Adán Chávez, irmão mais velho de Chávez, foi reeleito em Barinas.
Em relação à eleição presidencial de 7 de outubro, quando
votaram 81% dos cerca de 19 milhões de eleitores, o comparecimento no domingo
foi fraco: apenas 54% dos 17,4 milhões aptos a votar (ficaram de fora os mais
de 2 milhões do maior município de Caracas, de nome Libertador, cujo prefeito é
chavista).
Tais resultados foram anunciados pelo Conselho Nacional
Eleitoral (CNE, equivalente ao nosso TSE) pouco depois das 9 horas da noite de
ontem (hora de Caracas – 11:30 horas de Brasília), com base na totalização de
94,82% dos votos. O CNE avisou que os números referentes aos estados de
Amazonas e Bolívar ainda não eram irreversíveis. Faltava ainda a divulgação da
apuração dos votos que elegerão 237 legisladores dos estados (equivalem aos
nossos deputados estaduais).
(Informações
baseadas nos sítios da Agência Venezuelana de Notícias/AVN, da Venezuelana de
Televisão/VTV, da TV Telesur e do Aporrea.org).
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